• Rui Pereira, Desafio à coragem:
- ‘Todos sabemos que não há milagres. Porém, há diversas abordagens possíveis para enfrentar a crise e, ao contrário do que alguns sugerem, continua a existir um espaço para a escolha de políticas públicas. Mas é manifesto que só nos interessa agora uma perspetiva que assuma como prioritária a luta contra a recessão e o desemprego, em benefício do crescimento económico e do Estado social. Não há tabus nem interesses que possamos sobrepor a estes objetivos, sob pena de deixarmos às gerações futuras um Portugal irremediavelmente pobre e atrasado.
Para além da renegociação da dívida (quanto a prazos e juros), devemos pôr hoje em cima da mesa o seu perdão parcial. A Alemanha, hoje tão orgulhosa da sua economia e das suas finanças públicas, compreenderá decerto do que se trata, visto que beneficiou de um perdão de metade da dívida no pós-guerra, em 1953, numa eloquente manifestação de generosidade dos vencedores – e não no quadro panfederal em que vivemos, no qual a coesão entre os Estados constitui objetivo central. Se isso não suceder, estarão em causa o euro e o próprio projeto europeu.’
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