• Baptista-Bastos, A fraude e a barafunda:
- ‘A última do cavalheiro foi a de, pela segunda vez, tripudiar sobre as decisões do Tribunal Constitucional, depois de ter exercido, com um par de asseclas e a colaboração de alguma Imprensa, descaradas pressões de sobreaviso e de ameaça. O discurso de "desculpabilização", proferido antes de ir a Belém, solicitar os améns do dr. Cavaco, é um texto desacreditante, por indecoroso. O dr. Cavaco, naturalmente, deu-lhos, com transporte e unção. Porém, foi uma espécie de fita-cola política: o Executivo já não executa nada: é um cadáver que se contorce.
Afiançar que a coligação tem legitimidade para governar é um ardil. O dr. Cavaco sabe, melhor do que ninguém, porque dispõe de informação privilegiada, que a base social do PSD-CDS já não corresponde à que elegeu o Governo, há dois anos. E que o perigo que corremos, como nação e como povo, é iminente: a hecatombe não se compadece com o desejo insano de um grupo tresloucado.
(…)
A intervenção do antigo primeiro-ministro suscitou uma espécie de erisipela na Direita e algumas angústias metafísicas em sectores socialistas. Comparando-a com as conhecidas, é mais contundente e menos hipócrita do que as de Marcelo e as do seu epígono Marques Mendes. Quanto ao programa do dr. Sarmento, a pequenez deste ficou no estado natural, aumentando, contudo, a índole do seu carácter ressentido e rancoroso. Transformá-lo no contraponto de José Sócrates é um disparate pegado.’
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