• Rui Tavares, O fim das ilusões [hoje no Público]:
- ‘N a semana passada, Paulo Portas falou aos portugueses e traçou uma linha vermelha: o CDS não poderia aceitar uma nova taxa sobre as pensões. O próximo parágrafo é o que escrevi então:
"Pode ser teatro talentoso, mas não deixa de ser teatro. E esconde duas coisas. A primeira é que Paulo Portas não é uma personagem nesta peça: é um dos autores. A segunda é que, por mais que isto pareça uma farsa, é de uma tragédia que se trata."
A farsa durou uma semana. Ontem, o Conselho de Ministros finalizou as medidas a juntar ao fecho da 7.ª avaliação da troika, e a taxa sobre as pensões lá está, aceite pelo CDS a título "extraordinário".
É o fim do engano. Há só um governo, uma maioria e um presidente. São irrelevantes as diferenças entre PSD e CDS, entre Portas e Passos, entre troika e destroika, entre Cavaco e Gaspar.
Mas espero que seja mais: espero que seja o fim das ilusões. O fim da crença supersticiosa na queda do governo por dentro, de que é preciso seguir os trejeitos faciais de Paulo Portas como quem lê o futuro nas folhas de chá, de que um escândalo qualquer ou uma zanga qualquer entre os partidos da maioria desbloquearão a situação em que nos encontramos.’
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