quinta-feira, junho 06, 2013

A Grécia, o FMI e a direita radical de São Bento


      “Por isso é que disse sempre que o programa do PSD está muito para além daquilo que a troika propõe”.
      “Nós vamos ser muito mais radicais no nosso programa do que a troika, vamos ser muito mais radicais”.

O mea culpa do FMI em relação ao programa de ajustamento austeridade imposto à Grécia é notícia em todo o mundo. Quando tivemos conhecimento desta mudança de posição do FMI (sintetizada por Rui Peres Jorge no Jornal de Negócios), a todos nós se terá colocado a questão: e nós? O problema não se pode pôr nos mesmos termos, como um dia o Sr. Selassié há-de fazer questão de tornar público.

Na Grécia, antes e depois das eleições, os governos levantaram mil e um obstáculos à adopção das sucessivas doses de austeridade. O Governo de Passos Coelho, pelo contrário, fez questão de dizer que estava disposto a “ir além da troika”. E não só o disse, como o fez desde que tomou posse, alterando, a cada visita da troika, o memorando de entendimento: por exemplo, o aumento da taxa do IVA na restauração e o corte dos dois salários para os trabalhadores do Estado e para uma parte dos pensionistas não estavam previstos no memorando de entendimento. Por grosso, as medidas de austeridade que constam do Orçamento do Estado para 2012 são quase o dobro do que fora acordado com a troika. E, na 5.ª avaliação do memorando, o Governo ofereceu à troika cortes num valor superior a 4.000 milhões de euros (a pretexto da “refundação do Estado social”).

Há sinais de que as coisas estão a mudar, aparecendo cada vez mais isolada a estratégia do amigo alemão de Gaspar. A questão que se coloca é: com ou sem mea culpa do FMI, seria admissível que o Governo que empurrou o país para o abismo pudesse agora dispor-se a ser o salvador da pátria? Não. Este governo inimputável tem de ser afastado.

1 comentário :

soudocontra disse...

Afastado e preso, em conjunto, são ladrões e gatunos, só pelo facto e não é nada insignificante, de roubarem, como roubaram e estão a roubar as pensões dos reformados além do que, mentirosos compulsivos, já nenhuma legitimidade têm para governar - De facto, este país nunca assim esteve em democracia, mas estes tipos são tudo, menos democratas!
Manuel Torres