sábado, junho 29, 2013

Economia em cacos, ministro Maduro garante que Governo quer "ficar aquém da troika"


Alcobaça marca uma viragem na acção deste governo. Perante um conselho de ministros aterrado, o ministro Maduro, que carrega a ciclópica missão de fazer esquecer a obra do malogrado Dr. Relvas, explicou que o povo aguenta tudo, desde que se lhe explique a coisa com jeito. Aproveitando a presença de todos os ministros em Alcobaça — coisa rara nos tempos que correm vê-los juntos —, Maduro fez aprovar um plano (e estou a seguir escrupulosamente a descrição de David Dinis no outrora luminoso Sol):
    1. Encontrar uma “agenda extra-economia, para marcar terreno”, para o que a “lista dos diplomas que verão a luz do dia nos próximos meses já está a ser organizada no edifício da Gomes Teixeira”;
    2. Abandonar o discurso conotado com a troika (ou seja, o objectivo de “ir além da troika”, agora que a economia está em cacos) e assumir “um discurso europeu mais aberto” (estando a expressão no artigo de David Dinis entre aspas e a bold, presumindo-se ser a reprodução integral de uma tese do próprio ministro Maduro);
    3. Mostrar, na sequência do ponto anterior, que “o Governo também sabe ‘bater-lhe o pé’” (à troika);
    4. Concentrar a comunicação governamental no gabinete do ministro Maduro, confiando a sua difusão, num briefing diário, a Pedro Lomba, iniciado nestas vidas, tal como o ministro Maduro, na comissão política da candidatura presidencial de Cavaco.

O que é engraçado é que os jornais já espelham a estratégia de “distanciamento” em relação à troika, com o o Governo a “bater-lhe o pé”. É assim que o próprio David Dinis assina uma peça a informar-nos de que a troika quis reabrir a discussão das leis do trabalho, mas Passos Coelho atravessou-se-lhe ao caminho. E hoje o Expresso traz, na primeira página, outra façanha do Governo: recusa de baixar salários aos jovens defendida pela troika.

Eis-nos perante a história da manta curta que destapa a cabeça ou os pés. Se agora resiste à troika, por que razão o Governo não o fez mais cedo, evitando a destruição da economia e o empobrecimento da população? O país, a escangalhar-se a rir, ainda vai descobrir que o madurismo é o relvismo sem créditos.

4 comentários :

Anónimo disse...

e essa "defesa" porfiada dos jovens seria de rir, se não fosse triste.
O senhor Barroso diz taxativamente que estes 6 mil milhões, que até podem chegar aos 8 mil (e que a Espanha conseguiu só para si 2 mil)e que espera que as empresas possam contaratar jovens, em regime de estágio ou formação suplementar. Quer dizer, acabado o pilim, é rua! Nessa altura pode ser que já estejam nos blogues que os formatam.
Vai ser como os morangos do senhor Cavaco.

ignatz disse...

só falta aprovarem o aeroporto de alcochete

Anónimo disse...

O comemtário não tem nada a ver com o post, mas não sabia onde "informar" e dar a satisfação:

Consta por aí, dizem os jornais, que o nosso presidente quer dormir nas desertas. Para ficar na história como o primeiro clone, será clowe, será... , que lá dormiu.

Façai-lhes a vontade: que fique por lá, eternamente.

Cpts

Anónimo disse...

Já começa a lavagem orquestrada por certa imprensa ao desgoverno

Porque será?