segunda-feira, junho 10, 2013

Lucy Passos in the Sky with Diamonds (L PSD)

Expresso de 1.6.2013 (p. 5)

O PSD quer aproveitar Junho, mês das festas dos santos populares, para pôr os ministros a abrilhantar uns arraiais por esse país fora. Para assinalar dois anos de vida (a 5 de Junho, as eleições legislativas, a 21 de Junho, a tomada de posse do Governo), foi o ministro Maduro incumbido da hercúlea missão de organizar os eventos. Primeira contrariedade: o CDS-PP não quer aparecer ao lado no PSD nos festejos.

Mas o ministro Maduro confronta-se com um problema adicional bem mais complicado: parece que há quem no Governo tenha substituído a habitual sardinhada dos santos populares por substâncias alucinogénias. Só isso pode explicar que os eventos em preparação tenham como mote o “crescimento”. E que o próprio Passos Coelho diga que “não vai aumentar o défice ou a dívida”.

Só se estiver sob o efeito de substâncias alucinogénias é que se pode admitir que Passos Coelho — e o próprio Maduro por extensão — não tome consciência de que a situação não é assim tão luzidia: as últimas notícias sobre o crescimento são estas; sobre o défice são estas; sobre a dívida são estas; e, já agora, sobre o emprego e o investimento são estas e estas, respectivamente.

Mas é com esta brutal realidade em pano de fundo que o PSD se apresenta, todo lampeiro, para comemorar o segundo aniversário do assalto ao poder a falar de “crescimento”. Acontece que nem com uma infinita criatividade o ministro Maduro poderia transformar esta tragédia numa narrativa apelativa. Com uma agravante: os portugueses estão a sentir na carne os efeitos da narrativa vendida há dois anos como o elixir da longa vida.

Por isso, a preocupação do ministro Maduro em relação a José Sócrates tem razão de ser. É que o ex-primeiro-ministro aparece de braço dado com a História para comprovar que a razão estava do seu lado em 2011. Basta-lhe:
    • Recordar que tinha, então, um caminho alternativo que fora acordado com as instituições europeias;
    • Mostrar os efeitos nefastos da política seguida pelo actual governo, que não se coibiu até de “ir além da troika”;
    • Pôr em evidência que continua a haver um caminho diferente para sair desta espiral recessiva, em que a austeridade se derrota a si própria.

PS — As palavras do ministro Maduro podem também ser lidas como um recado para a administração da RTP, como sublinha Estrela Serrano.

1 comentário :

Anónimo disse...


O Poiares Maduro (e o atrasado mental do Lomba) é um autêntico flop e quanto ao seu currículo académico "invejável", seria aconselhável que o metesse no c* e no c* daqueles que o gabaram.

Vivemos num país de idiotas, a começar por parte da maioria do comentadores da SIC.