• Pedro Braz Teixeira, Repetir erros:
- ‘Mais do que um debate científico, esta divergência passou a ser, na sua essência, um confronto ideológico, entre o mercado e o Estado. A honestidade intelectual foi substituída pela ideologia, de forma mais nítida do lado neoclássico. A desonestidade intelectual que se seguiu, pretendendo forçar a realidade a conformar-se à teoria, levou alguns partidários da teoria neoclássica a defender a ideia - totalmente escandalosa - de que o desemprego durante as recessões resultava das decisões voluntárias dos desempregados.
Infelizmente, a "teoria" neoclássica domina hoje os principais centros de poder, sobretudo os bancos centrais, forçando medidas inconcebíveis, contra toda a evidência empírica. A economia tornou-se, nos dias de hoje, uma das matérias mais anticientíficas, em que todas as experiências concretas que rejeitam a ideologia dominante vigente são ignoradas e vilipendiadas.
O extraordinário fracasso do mercado, em particular no sector financeiro, tem sido desvalorizado de uma forma inexplicável. Mais ainda, os modelos neoclássicos têm produzido previsões totalmente erradas (a austeridade virtuosa), enquanto os modelos neokeynesianos se têm comportado muito bem durante a crise.’
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