sexta-feira, julho 12, 2013

Que se passa?


O PS, pela voz do seu secretário-geral, não se cansou até hoje de dizer, e muito bem, que não aceita constituir nem apoiar um governo sem haver uma prévia consulta ao eleitorado. O PS vem sustentando também que esse futuro governo, saído das eleições, terá de renegociar o memorando de entendimento, memorando esse que, no afã do actual governo de “ir além da troika”, foi profundamente mutilado no decurso das sete rondas de avaliação que se realizaram.

Na sequência da comunicação de Cavaco, Alberto Martins reafirmou as posições do PS, tendo ainda deixado claro que os socialistas não aceitariam negociar com o PSD e o CDS-PP sem que também fossem convidados a participar os restantes partidos políticos com representação na Assembleia da República.

Acontece que, da leitura do comunicado hoje divulgado pela “Presidência da República” (enquanto decorria o debate parlamentar), decorre que as posições do PS não estão a ser tidas em consideração.

(Tudo isto é tão mais extravagante quanto esta proposta é feita por um Presidente que andou com o Governo ao colo e que, exactamente por esse motivo, está com a sua imagem pelas ruas da amargura. Parece que, tendo ficado com um governo morto nas mãos, Cavaco não sabe o que há-de fazer ao corpo em decomposição e quer despejá-lo na bagageira do PS.)

Isto não bate certo. Ou o comunicado da “Presidência da República” omite as condições em que o PS aceita sentar-se à mesa com os dois partidos que atiraram o país contra a parede ou, então, houve uma guinada súbita do PS, o que não parece crível atendendo às declarações muito recentes de Alberto Martins em reacção à comunicação de quarta-feira de Cavaco.

5 comentários :

Anónimo disse...

Será que Seguro vai voltar àquela sua fase de seguro de vida do passos, como dizia o marcelo?

Ou será temor reverencial do cadáver adiado?

Anónimo disse...

Um comunicado para entalar o PS num momento em que na Assembleia da República Seguro dizia que negociações só com todos os partidos com representação parlamentar. Alberto Martins repetiu o que Seguro já tinha dito. A sensação que tenho é que as respostas do PS chegam sempre atrasadas.

Anónimo disse...

Acabei de ler, com fonte no Sol, que o Tó Zé, aceitou participar com Passos Coelho num encontro com a Troika
Por outro lado, esta ouvi na SIC, Joaquim Aguiar, "explicando" o discurso de C Silva, dizendo que o acordo que incluísse o PS, permitiria contornar o Tribunal Constitucional, pois em caso de "emergência", os 2/3 na AR, permitiriam "contornar" a situação, "porque os mercados não confiam no TC...".
Que é isto ???? Serão dos ultras violetas assanhados que atingiram algumas cabeças que não se protegeram com chapéu de palha ?????

Fernando Romano disse...

Vive-se uma atmosfera política que prenuncia alta traição à nossa democracia, ao nosso povo e à nossa História. São enigmáticos os sinais, as palavras e os actos.

Algo de utópico está a ser fabricado no meio desta desgraçada decadência social, política e cultural. Uma onda de conformismo, resignação e capitulação invade todos os setores da nossa sociedade. Perceciono isso, desde há dias, no trabalho, nos cafés, na minha rua, na minha própria casa. A moção de censura ao governo anunciada pelo PCP/Verdes é disso exemplo: um floreado para tentar esconder uma sucessão de fracassos a que conduziram os portugueses nos últimos anos.

O que culminou no trágico dia 5 de Junho de 2011 está de novo a unir os seus fautores. Essa frente recompõe-se.

É preciso desafiá-la e enfrentá-la.

José Sócrates deve iniciar esse combate amanhã, às 21 horas, na RTP1.
(FVR façam chegar-lhe esta mensagem. Obrigadinho)

Anónimo disse...

É altura de ver que tipo de líder é Seguro, embora toda a gente desconfie que se vai refugiar no sentido de estado e ceder em toda alinha a Cavaco.
Sentido de estado é defender o povo de um país, nada mais.