Manchete da edição de ontem do Público |
A Inspecção Geral de Finanças (IGF) fez passar pelo franjinhas os papéis de trabalho de várias auditorias que efectuou a contratos de swap, entre os quais os celebrados pela REFER, onde então medrava a Miss Swaps. Para além de não ter conservado a documentação em arquivo durante 20 anos, a IGF desrespeitou também a lei ao não ter comunicado à Direcção Geral dos Arquivos a sua destruição.
Acresce que esta destruição ocorreu após já ter saltado para a praça pública a questão dos swaps — e é tanto mais estranha quanto só aconteceu em relação a alguns processos, entre os quais o da auditoria à REFER.
Que fique bem claro. Os papéis de trabalho são parte integrante de um dossiê de auditoria. As normas de todas as organizações nacionais e internacionais pelas quais se regem as instituições públicas e privadas que realizam auditorias impõem a conservação dos papéis de trabalho. Os papéis de trabalho não são rascunhos, mas documentos através dos quais se pode avaliar a qualidade das auditorias e são utilizados como material de base indispensável a futuras acções. Por isso, a destruição dos documentos não viola apenas o disposto na lei. Viola também as normas nacionais e internacionais para a realização de auditorias.
Se para uma situação com o melindre desta não é admissível que a avaliação da qualidade das auditorias aos contratos de swap tenha sido confiada à própria instituição que as fez (a IGF), mais espantoso é a forma suave e desculpabilizadora com que a Miss Swaps está a “tratar” uma questão provocada por um organismo que hierarquicamente depende de si.
Qualquer pessoa que se interesse por estas questões esotéricas não poderá assim deixar de se espantar com a forma como a Miss Swaps não se esforça por preservar a sua imagem:
- • A Miss Swaps foi auditada enquanto era directora financeira da REFER;
• A Miss Swaps era secretária de Estado do Tesouro e das Finanças quando documentos essenciais dessa auditoria foram destruídos;
• A Miss Swaps, já como ministra das Finanças, irá apreciar e decidir este obscuro caso.
Lê-se hoje no DN que a grande obra literária escrita por Wolfgang Schäuble foi um manual de revisão de contas. Tendo assim sensibilidade para estas matérias, o braço direito de Angela Merkel é capaz de ser levado a ter de rever a sua opinião sobre o “bom aluno” que arranjou neste cantinho da Europa.
1 comentário :
Governo de escroques!
Que escorreguem todos em cascas de bananas e fiquem impossibilitados de se mexer para o resto da vida.
É cruel mas é a única maneira de deter um escroque. E se este governo está cheio deles...
Uma coisa boa pelo menos saiu disto : todas as pessoas que estão ou tenham estado associadas a este governo podem com bastante segurança ser consideradas escroques.Com os governos anteriores andavam escondidos, low profile. Com este, convencidos de que chegou a sua vez, não hesitam em pavonear-se perante um povo incrédulo com tanta falta de vergonha.
É bom que a PJ comece a apontar os nomes...
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