— OK, eu fico. Que se lixem os pensionistas. |
• Nuno Saraiva, As linhas do dr. Portas:
- ‘Afirmava então o irrevogável dr. Portas: "Num país em que parte da pobreza está nos mais velhos, numa sociedade em que inúmeros avós têm de ajudar os filhos que estão no desemprego e cuidar dos netos, num sistema social que tem de respeitar regras de confiança, o primeiro-ministro sabe, e creio ter compreendido, que esta é a fronteira que não posso deixar passar. Porque não quero que em Portugal se verifique uma espécie de cisma grisalho que afetaria mais de três milhões de pensionistas, uns da Segurança Social outros da CGA. Quero, queremos todos no Governo, uma sociedade que não descarte os mais velhos. Quero, queremos todos no Governo, um ajustamento que não prejudique, sobretudo, os que não têm voz."
Passados quatro meses, verificamos que afinal existem pelo menos 346 mil pensionistas - o total de reformas atingidas por mais este golpe - que são "descartáveis". É certo que há uma diferença quantitativa substancial - definitivamente, 346 mil não são três milhões -, o que até pode servir ao vice-primeiro-ministro para o habitual discurso de autoelogio de que o pacote até "podia ter sido mais sombrio" não fosse a intervenção do CDS. Mas o que resulta claro das medidas aprovadas - veremos o que diz o Tribunal Constitucional - é que, para o Governo em geral e para o dr. Portas em particular, há pensionistas de primeira e de segunda. E que os princípios de confiança que devem regular o sistema são tão descartáveis quanto estes pensionistas ou as palavras do líder CDS.’
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