• Rui Pereira, É fazer as contas:
- ‘O Direito, que começou a declinar há cerca de trinta anos (os nossos dirigentes são agora gestores dinâmicos e pragmáticos, predispostos a sacrificar direitos, liberdades e garantias), explica este fenómeno através da compensação. O dono do hotel tem um crédito e um débito idênticos, que se anulam. A situação só se torna mais complexa porque tem como credor e como devedor pessoas distintas, que desencadeiam pagamentos sucessivos. Porém, a circulação do dinheiro (ou do crédito) nem sempre é tão fluente e equânime, como se constatou no caso BPN.
E se Portugal fosse um gigantesco BPN? Os pobres alemães, a quem alguns dos nossos políticos e empresários dedicam lágrimas comovidas, serão credores burlados? O governo alemão deu a resposta, através do Ministério das Finanças: a Alemanha despendeu 600 milhões de euros com a crise das dívidas soberanas; todavia, em contrapartida, já lucrou 41 mil milhões de euros graças à queda dos juros da sua própria dívida (inversamente proporcional ao aumento dos juros pagos por países como Portugal). Será preciso outro argumento para renegociar os juros?’
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