• Rui Pereira, 2014: País seguro?:
- ‘(…) Corroborando esta avaliação, não dirá que Portugal é um País seguro o desempregado que perdeu o emprego e a esperança de o recuperar; nem o jovem que não tem condições para enfrentar o desafio da paternidade; nem o reformado que sofreu um corte na pensão; nem o emigrante que fugiu à procura de sustento; nem o doente que vê o Estado oferecer prémios a quem não receitar medicamentos; nem o funcionário que ouviu ameaças de despedimento em nome da "Reforma do Estado"; nem o professor que jogou o futuro num teste generalista de duas horas.
Portugal está, de forma geral, mais inseguro. Isso não resulta dos fogos florestais (que provocaram, este ano, um número anormal de mortes) ou do agravamento da violência doméstica e dos crimes sexuais (que sinalizam uma tendência para a erosão social). Polícias, bombeiros, magistrados e militares merecem o reconhecimento da comunidade pelo seu desempenho nas áreas de soberania. O conceito de segurança é, todavia, polissémico e os portugueses não têm razões para se sentir seguros. Por isso, a 'Economist Intelligence Unit' espera agitação social. Todavia, a agitação social não é a doença, mas apenas um seu sintoma. Está para os problemas sociais como a febre para uma infeção. (…)’
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