Nicolau Santos escreve, hoje no Expresso/Economia, um artigo intitulado Este Governo odeia tudo o que cheire a Estado. Depois de fazer alusão a inúmeros exemplos que confirmam o que escreve em título, Nicolau Santos dá o exemplo do que se passa com a Parpública. Eis um extracto:
- ‘(…) o Governo também despreza os interesses empresariais do Estado. A prová-lo estão a sobranceria com que deixou a Parpública, empresa gestora das participações do Estado, durante seis meses sem presidente, ou o Metro de Lisboa exatamente na mesma situação, apesar das sucessivas greves dos trabalhadores devido à incapacidade da administração em funções para fechar um acordo laboral para 2014.
No caso da Parpública, o Governo já acordou com a troika o seu encerramento em 2014, o que quer dizer que pretende acabar com todas e quaisquer participações do Estado — ou, pelo menos, com a sua gestão de uma forma minimamente coerente. Mas, entretanto, lá indicou um nome para presidir à empresa, que foi ratificado pela Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública, dado tratar-se de uma pessoa com "uma experiência efetiva na gestão de topo de situações de elevada complexidade" e que demonstra um "conhecimento da problemática em causa".
Pelo seu currículo, tudo indica que Pedro Ferreira Pinto domina perfeitamente a "problemática". É desde outubro de 2011 administrador de uma empresa de aluguer de purificadores de água, o que o recomenda fortemente para o lugar. Foi administrador da Selecta, um fundo de investimento imobiliário fechado, e da Lisbon Brokers, uma corretora já desaparecida que foi investigada pela CMVM por utilização de informação privilegiada. Esteve ainda na ASK, uma empresa de serviços de assessoria financeira, tendo como colega Nuno Fernandes Tomaz, atual administrador da CGD e militante do CDS. E talvez fosse bom o dr. João Bilhim ter verificado se por acaso não existe qualquer queixa-crime contra o senhor na Procuradoria Geral da República.
Ora quando se nomeia para presidir à Parpública alguém que nunca teve nada a ver com o Estado nem com a defesa do interesse público, de duas uma: ou Pedro Ferreira Pinto estava farto de alugar purificadores de água numa empresa mundialmente conhecida ou o Governo já só encontra pessoas com este notável curriculum para gerir uma coisa tão pouco importante como são as participações do Estado.
Em qualquer caso, chama-se a isto tratar os interesses do Estado a pontapé. E nisso o Governo é exímio.’
3 comentários :
No caso Arnault.Sachs não seria de investigar um crime de tráfico de influências com escutas e tudo?
Esta "gente honrada" está ungida pelos "mercados" para arrasar com os bens do Estado português. Patriotas de pin na lapela, mais cuidam do grande capital do que dos interesses do país. Esta gente vinda de outro planeta, precisa de ser corrida e levada a
julgamento por traição à Pátria.
E depois vem o Pires de Lima ou qualquer outro do bando dizer que o Estado é mau gestor.
Pudera!
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