«Houve um manifesto em defesa da reestruturação da dívida pública. O Partido Socialista tem defendido que esta dívida, como está, é insustentável (...) e era importante saber qual a posição do governo português em relação a esta matéria. Este é um debate em curso, no qual se espera que o governo português participe, dê um contributo e, já agora, que defenda os interesses dos portugueses, [que] não são claramente servidos nem pelo cenário apresentado pelo senhor primeiro ministro, nem pelo cenário apresentado pelo FMI e pelo senhor Presidente da República, nem pela senhora ministra das Finanças. Porquê? Porque feitas as contas nós verificamos que, mesmo no melhor cenário de todos, houve apenas quatro países, nos últimos dezassete anos, que - num ano - conseguiram cumulativamente essas condições. Quatro países, um ano cada um. De nós espera-se que seja durante trinta anos seguidos, sem desvios. Senhora ministra das Finanças isto não é credível, não é sustentável e espera-se uma resposta do seu ministério e da sua equipa.»
«A senhora ministra disse aqui que era preciso acreditar, que não conseguimos nos últimos quarenta, mas que é preciso acreditar... Senhora ministra, isto não é uma questão de atitude... Importa perceber se é ou não credível, se é ou não sustentável. O quadro que o primeiro ministro apresentou (...) não só viola o Tratado Orçamental como é optimista e irrealizável. (...) Não há nenhum país no mundo que tenha conseguido concretizar o cenário que a senhora ministra das Finanças diz que é credível. A sua resposta não pode ser "temos que acreditar, temos que acreditar que é possível". (...) Cabe ao governo português defender os portugueses, em cada um destes debates [valor do défice estrutural, impacto da deflação no volume da dívida e sua relação com as quebras salariais, ou mutualização da dívida à escala europeia]. E as respostas da senhora ministra das Finanças, o que nos demonstram aqui, é preocupante: é que o governo português não se importa com estes debates. Talvez por isso, na entrevista que o relator do relatório do Parlamento Europeu sobre a troika, em Portugal, tenha dito que, em conversa com a senhora ministra das Finanças, a senhora ministra das Finanças não pareceu muito preocupada com os cortes salariais, não pareceu muito preocupada com o facto de termos tido uma intervenção externa. Até considerou positivo, porque lhe permitiria implementar a sua agenda política.»
A ver, na íntegra, as intervenções de João Galamba na audição à ministra das Finanças. Um debate ilustrativo da incapacidade do governo em apresentar um cenário que responda, de forma credível, às contas do manifesto pela reestruturação da dívida, bem como do alheamento irresponsável do executivo face a importantes questões que estão na mesa da discussão, à escala europeia.
NOTA — Dada a relevância das questões colocadas por João Galamba na audição da Miss Swaps, copiei, na íntegra, o post de Nuno Serra.
4 comentários :
Miss Swaps é uma mulher de Fé e por isso, quer que acreditemos em 'nada'.
Se chegarem ao governo, os socialistas não vão voltar atrás nos cortes impostos durante os últimos três anos e a justificação é a "situação do país".
A posição foi deixada pelo conselheiro de António José Seguro para os assuntos económicos, Óscar Gaspar.
@ionline
Ora oiçam lá o Dr. Bagão Félix , um dos subscritores do Manifesto dos 74, onde o Galamba também constava, ouçamos esa sumidade das finanças públicas, Bagao Félix há 6 meses atrás:
"Quando se fala de reestruturação da dívida – entenda-se: não pagar parte da dívida -, se isso acontecer, o FMI e os outros credores preferenciais não se sujeitam a este corte a menos que haja acordo. E quem iria apanhar sobretudo o corte se eventualmente houvesse acordo? Quem pagaria isso seriam os bancos portugueses. E, apanhando os bancos portugueses um corte desses, quem apanhava era a própria capacidade de solvabilidade dos bancos e, por tabela, os depositantes. Por isso falar de reestruturação da dívida fora do contexto efectivo de quem são os detentores dessa dívida, parece-me relativamente imprudente."
Aliás termina a sua intervenção na SICN dizendo que uma "reestruturação da divida seria terrível"
De facto cada vez mais estes vultos , tal como o Galamba ou o Bagão, vão mostrando porque é que o Manifesto teve um lindo enterro.
Afinal o que move esta gente? Habilidades políticas do mais baixo nível.
http://www.youtube.com/watch?v=yfQa3NXhOJA#t=401
Arrastadeira cagada, que parte do "entenda-se: não pagar parte da dívida" é que tu não entendeste?
Ou só entendeste mesmo foi o "da-se"?
"Lindo enterro" HADES ter é tu e mais cedo do que pensas!
Emigra daqui, analfabruto! Cu gordo!
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