Sendo o Laboratório de Ideias e Propostas para Portugal (LIPP) uma estrutura de apoio e aconselhamento de António José Seguro, o que as suas principais figuras escrevem ou dizem é importante. É o caso de João Cardoso Rosas, membro do Conselho Coordenador do LIPP, órgão presidido por Carlos Zorrinho.
Cardoso Rosas escreveu ontem no Diário Económico sobre os governos de Sócrates e Passos Coelho, duas «ficções», no seu entender.
O cronista consente que o governo de Passos Coelho & Portas é uma «nova ficção, cujo nível alucinatório consegue ultrapassar o da anterior», uma vez que aquilo a que a direita apelida de «programa de ajustamento de enorme sucesso» acaba «com uma dívida de 130% do PIB, níveis de desemprego inauditos e uma economia de pobreza.» O que ontem disse é o que se poderá ouvir todos os dias no Fórum da TSF. Mas não acrescenta uma palavra para recordar que o actual governo se dispôs a «ir além da troika», aplicando pelo menos o dobro da austeridade prevista no memorando de entendimento, em resultado de uma opção política que visa desmantelar o Estado social (transformando-o, numa hipótese benigna, num Estado assistencialista), descapitalizar a segurança social, intensificar a precariedade laboral e esmagar os salários.
Já em relação ao governo anterior, Cardoso Rosas foi menos explícito, muito embora o catalogue como outra «ficção». Mas não explica porquê. Não é de admitir que para este juízo possa ter contribuído a circunstância de, no ano anterior à maior crise dos últimos 80 anos¹, o PIB ter crescido 2,4% ou de, pela primeira vez, o défice orçamental ter ficado abaixo dos 3%.
Assim sendo, a censura implícita de Cardoso Rosas parece dirigir-se para a áreas a que o governo anterior prestou maior atenção: a educação, a qualificação, a sustentabilidade da segurança social, as energias renováveis, o apoio à reestruturação da economia, a modernização das infra-estruturas, etc..
Se se confirmar esta visão que transparece das palavras de João Cardoso Rosas, ou seja, uma rejeição total das apostas do governo anterior, uma questão central se coloca ao PS: que ideias e propostas para Portugal poderão sair do LIPP para relançar o crescimento? Talvez para a semana João Cardoso Rosas possa revelá-las. Ainda vai a tempo.
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¹ Reconheça-se no entanto que Cardoso Rosas não foi tão longe como a Dr.ª Manuela, que considerou a maior crise dos últimos 80 anos um «abalozinho», embora ele tenha andado lá perto.
7 comentários :
João Cardoso Rosas mostra aqui que não passa de um indigente intelectual, um parolo político e uma irrelevância histórica.
João Cardoso Rosas é, contudo, um finório, um xico-esperto e um manhoso - aquilo a que antigamente nos Quartéis se chamava UM BÁSICO.
Ao pretender (cinicamente) cavalgar a onda fácil do ATUAL populismo anti-Passos Coelho, o menino aproveita para não desperdiçar nem uma migalha do velho populismo anti-Sócrates - que nunca foi mais do que o sempiterno populismo anti-"xuxas", que tanto jorra abundantemente da Direita ressabiada com Abril, como brota sem cessar da hiper-Esquerda abrileira, mas dolorosa (do cotovelo) com os sucessos históricos, civilizacionais e, sobretudo, eleitorais dos socialistas!
O que este texto prova, é que este imberbe mental NEM PERCEBE que, com esta sua enxovalhada e reles proto-ficção, DESTRÓI MUITO MAIS do que constrói (apenas mais ódio e irracionalidade), pois aquilo que ele convictamente designa como "a ficção anterior" (desde já um grande obrigadão, da parte do Relvas, do Jerónimo e do "Sem medo"...) será sempre, inevitávelmente, a ÚNICA SOLUÇÃO POLÍTICA em Portugal para derrotar a real, avassaladora e colossal ficção presente (e de sempre!), pois deste minúsculo LIPP, muito Seguramente, nunca rezará a História!
A única coisa de positivo que se pode extraír desta prosa rasteira e denunciada é que, se há alguma hipótese de à ficção atual poder vir a suceder uma NOVA FICÇÃO, de sentido aparentemente "oposto", mas na prática similaríssima (em todos os sentidos), é no caso (que reputo de altamente improvável) de este conjunto de inanidades ideológicas e políticas debitadas pelo C. Rosas vir, algum dia, a constituir a "base" para a elaboração de um «Programa de Governo» do PS!
Ler tiros no pé deste calibre dá vontade de GRITAR!
Que apagada e vil tristeza.
E ainda querem que os verdadeiros socialistas votem PS para as Europeias, com esta amostra de "pensamento político" por parte da gerência atual???
SAFA!
Já quanto à Dr.ª Manuela, fazeis muito bem em apontar-lhe as suas reviravoltas de 180º (porque mais nem sequer é possível).
Agora que alarvemente se colou à ribalta dos responsáveis e "irreverentes", era bom que alguém lhe perguntasse se isto que critica HOJE não corresponde, ponto por ponto, ao seu programa para concretizar na tal suspensão da Democracia por seis meses - fazia-se o que "tem de se fazer" (e isso ERA O QUÊ, CONCRETAMENTE??) - e, igualmente, seria bom que alguém se perguntasse, seriamente, se a adesão da Dr.ª Manuela aos 74 aumenta, ou antes diminiu, a credibilidade das propostas do respectivo Manifesto!
Cá por coisas (de quem tem boa memória para avaliar da sua coerência em termos de intervenção pública)...
DON´T READ THESE LIPPS...
Se imbecis como este cinzento, continuarem nesta idiota deriva, só na minha família vão seis ou sete votos pró caneco!...
Eu quero pedir ao LIPP que me dê uma ideia sobre o que chamar aos tipos que estão à frente do PS.
Suponho que será muito mais imaginativa, cientifica e educada do que o que tenho debaixo da língua e que, não tarda, começo a berrar aos quatro ventos.
Que GRANDE parvalhão...
Que vergonha o PS estar a acolher esta gente que não respeita a história do Partido.
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