«70 personalidades vieram dizer o que estava à vista de todos mas não podia ser dito: a dívida tem que ser reestruturada nos seus prazos, juros e montantes. Passos apressou-se a reafirmar a fantasia oficial, amparado por considerações morais despropositadas sobre a obrigação de cumprir que impende sobre os devedores, como se a economia existisse com o exclusivo propósito de blindar os credores contra o risco de incumprimento, e como se este risco não fosse remunerado pelos juros reclamados. Como pode Passos persistir na fantasia, ainda por cima convencido que a realidade dos números não se impõe aos credores com a mesma força com que se impôs aos 70 subscritores? A explicação é brutal, mas simples: Passos considera que a despesa pode ser ilimitadamente comprimida, ano após ano, para se ajustar às metas fixadas. Acredita que novas medidas, novas falácias, novas mentiras, inimagináveis sacrifícios pseudo-temporários, poderão submeter continuamente o país, aterrorizado, a um destino de austeridade eterna. Acha que a chave do problema é a despesa, ou seja, os velhos, a saúde, a educação, os funcionários. Agora uns, depois outros, no fim todos. Com o despedimento a gosto e um exército de desempregados e emigrados, Passos vai converter Portugal num novo Chile. Passos não o diz (se calhar não o compreende) mas ele representa o fim do projecto nacional iniciado com o 25 de Abril. Com ele ou sem ele, a revolução reaccionária que planeia e executa só será possível em ditadura.»
- Sérgio Sousa Pinto no Facebook
2 comentários :
Excato. Isso mesmo foi o que disse a Manuela Ferreira Leite, em tempos idos. Agora, pelos vistos, parece que já não o diria.
Quem tiver má memória, que a compre...
E quem reestruturou a dívida do próprio PPC? Há quem diga que foi o grupo do Relvas. Quando ele chegou a PM estava já limpinho, mas antes estava a precisar de milhares para fazer face às suas obrigações. Jornalismo de investigação, temos? O "caso FJViegas" foi só para distrair as atenções, eles sabem muito mais de comunicação do que se pensa.
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