quarta-feira, abril 23, 2014

Sócrates afundou os países da periferia, Passos salvou-os a todos

The Economist [via Penélope]

Luís Montenegro conseguiu mostrar-se, no debate parlamentar de hoje, pasmado com a descida dos juros da dívida, e só por um triz não agradeceu a Passos Coelho a redução que se vem verificando nos outros países da periferia. A maioria dos media não lhe fica atrás nos encómios.

Isto acontece quando se sabe que o BCE vem dando sinais de que amparará os países da zona euro em dificuldades, o que leva os investidores a fugir, na hora actual, da instabilidade dos países emergentes, produzindo milagres simultâneos (ou miragens, como o Wall Street Journal se refere hoje à situação portuguesa) em Atenas, Dublin, Lisboa, Madrid, Roma...

Mas, mesmo assim, desde que se observe com algum rigor, nem tudo o que luz é ouro. Num contexto de inflação negativa (de -0,13% no primeiro trimestre), só doses cavalares de propaganda nos podem distrair da distância que vai entre as taxas de juro nominais e as taxas de juro reais na colocação da dívida. Veja-se aqui:
    • Hoje — taxa nominal: 3,575% / taxa real: 3,7%;
    • Janeiro/2011 — taxa nominal: 6,72% / taxa real: 3,12%;
    • Outubro/2006 — taxa nominal: 3,994% / taxa real: 1,274%;
    • Outubro/2005 — taxa nominal: 3,35% / taxa real: 0,66%.

Perante estas taxas de juro, o que é que o Governo e os media concretamente festejam?

6 comentários :

ignatz disse...

é truque da direita europeia para ganhar eleições, depois volta tudo ao mesmo com o argumento de não haver dinheiro para tanto país falido. o passos faz a mesma merda, abana com a cenoura e se algum burro avança, mete-a logo no bolso para não verem que é de plástico. se está tão barato porque é que o rato não faz novas emissões de dívida para pagar as anteriores de juros mais elevados? se calhar a promoção é limitada a um a 1 kg por cliente.

Anónimo disse...

http://openeuropeblog.blogspot.pt/2014/04/the-ecb-gives-portugal-helping-hand.html

JL

Anónimo disse...

Essa da taxa real... Vocês pah.. Daqui a 10 anos a taxa real também será certamente muito superior à de hoje (nem que não haja divida alguma). Dava jeito que quem comente economia dessa forma saiba do que tá a falar!


Na realidade isto da dívida foi uma conspiração mundial para retirar o Sócrates do poder! Porque saberiam que ele faria de Portugal um membro do G8!!

Tirem as vendas! Passos fez muita coisa errada, a troika fez mta coisa errada, mas se fosse o Sócrates à frente do país neste trajecto estariamos certamente piores e disso ninguém pode duvidar! Se com uma taxa de juro real tão baixa nada fez (sim pq nada fez.. o tão proclamado desemprego também teve sempre a subir..) imaginem agora..

Parem de fazer barulho e chamar por tacho! O vosso burulho r birras é mais prejudicial que o Passos!

OLimpico disse...


OH Anónimo! Psd/CDS/Pcp/BE, "vomitarão" sempre Sócrates, dado que certo certo, derrubá-lo, deu para o torto.... Quanto ao que diz, julgando ter um bolo de Cristal, nunca alguém virá a saber como seria, ter aprovado o Pec IV ( Considerando ter este,o apoio de UE e da CHEFE MERKEL)
Como já sabemos, a Espanha e a Itália conseguiram evitar a Troika. Deseja que lhe faça um desenho ?

NB: Tome nota: Ainda não nasceu o Português que tem certezas do que se teria passado~....Mas a ganância do "COMPROMISSO HISTÓRICO PORTUGUÊS" (PCP/BE/PSD/CDS) triunfou e o povo voltou à miséria. Bom 25 de Abril.... este ou próximo....

Anónimo disse...

"O ajustamento em 2011, contribuindo igualmente para a trajectória de correcção das contas públicas nos anos subsequentes, terá de ser complementado nos anos seguintes, de 2012 e 2013, com mais medidas, atenta a exigência das metas de redução do défice e a consequente necessidade de delinear uma estratégia conforme com esses objectivos. De facto, para atingir as metas de redução do défice para 3% do PIB em 2012 e para 2% do PIB em 2013, é necessário promover uma redução estrutural do défice de cerca de 3,7 p.p. do PIB, o que pura e simplesmente não seria possível sem medidas de política complementares. De notar que o principal esforço de consolidação continuará, em 2012 e 2013, a ser feito através da redução da despesa pública, com medidas que representam cerca de 2,4 p.p. do PIB."

Unknown disse...

O que festejam?

Provavelmente a imagem visível a formar-se debaixo dos nossos olhos de uma segunda oportunidade de consolidarem a destruição da democracia portuguesa.