segunda-feira, julho 14, 2014

O “sucesso” da balança de pagamentos

• António Correia de Campos, O “sucesso” da balança de pagamentos:
    «Numa das primeiras crónicas após a chegada de Vítor Gaspar ao Governo, surpreendi-me por o então governante proclamar como enorme êxito o facto de, pela primeira vez ao fim de muitos anos, termos equilíbrio e até superavit na balança com o exterior. Qualquer leigo reconhecia duas verdades: que o pesadíssimo corte fiscal fizera baixar o consumo interno, boa parte dele em bens importados; e que, passado o emagrecimento forçado, assim que a procura interna se restabelecesse, voltaríamos ao desequilíbrio. O Governo escudava-se no crescimento das exportações, esperando-o imparável. Pois bem, tal crescimento assenta em escasso número de grandes operadores, dentre eles a Galp, que aproveitou, e bem, os contratos de longo prazo que detinha com fornecedores para revender combustíveis ao Japão, de súbito forçado a construir uma mão-cheia de centrais térmicas após o desastre de Fukushima. Acresceu a janela de oportunidade de vender combustível refinado para os EUA e outros, aberta ainda no Governo Sócrates com a ampliação da refinaria de Sines, dado o progressivo encerramento de refinarias na Europa por razões ambientais e de baixa rentabilidade. Bastou que a refinaria parasse para manutenção para que as exportações claudicassem. Respondeu o Governo que tal só afectaria os três primeiros meses deste ano. Decorridos cinco meses verifica-se que o Governo errara e mentia: o défice comercial aumentou 21,6% nos primeiros cinco meses face a meses homólogos do ano anterior. Não só as importações cresceram 2,3%, como as exportações baixaram 0,9%. Infelizmente para todos nós, mais depressa se apanha um mentiroso do que um coxo!»

1 comentário :

Anónimo disse...

RATOS VAO TER DE SALTAR DO NAVIO
Algo ira favorecer outra vez estes mentirosos, os campeões do import-export, pelo menos no próximo ano 2015: a implosão do Grupo BES. O buraco de divida privada aberta pelo grupo vai ficar a nu. Alcançará entre os 10e os 12 mil milhões de euros! ( impacto sistémico em vários bancos e em negócios sediados em Portugal, Holanda, Angola, etc,etc, bem como no défice publico portugues). Estejam atentos. Já disparou o efeito dominó, que atingira o auge entre o Natal de 2014 e o verão de 2015. Dezenas de empresas, irão abrir falência. Dezenas de negócios serão reestruturados, reduzidos ao osso, irão mudar de mudarão de mãos, muitas delas mãos muito sujas.Milhares de trabalhadores portugueses serão despedidos ou verão os postos degradados e os os salários reduzidos. Milhares de quadros e colaboradores do Grupo e seus prósperos satélites, incluindo serviços jurídicos e financeiros, gente extremamente bem paga e que até hoje nem sentiu a longa crise, antes pelo contrario prosperou com o enorme sucesso austeritario (gente arrogante e insensível ao sofrimento de um povo que consideram não os merecer) muitos milhares deles, apesar do salve-se quem puder que já começou, irão pelo mesmo caminho: down grading de papeis, despedimento, redução salarial, emigração, acordos de saída.
Não poderão continuar a viver acima das suas posses e a comprar do bom e do melhor importado à toa, como se não houvesse amanhã.
Alguns já estão a procurar nomeações publica. Outros rumam ao apregoado empreendorismo, vão saber o que é bom para a tosse! mostrar o que valem. A quebra de consumo desta boa gente, que se julgava impune na festa da ocultação da vigarice e da mistificação, vai contudo ter um efeito muito bom na regeneração de PORTUGAL. Vai fazer delirar os Pires de Limas e as Albuquerque, os Portas os Coelho, que assim poderão continuar a apregoar que as importações continuam a reduzir -se ... e a exportação de honestos quadros a crescer. Incluindo o Contabilista do Grupo.