sexta-feira, setembro 26, 2014

Referencial de ética

4 comentários :

Carlos Fonseca disse...

Na época em que Passos foi deputado e acumulou com trabalho na Tecnoforma, havia dois tipos de despesas de representação: as que eram pagas contra apresentação de documentos comprovativos das despesas efectivamente feitas, e que estavam isentas de IRS, e as que eram pagas sem que houvesse, de facto, nenhuma despesa efectuada. Neste último caso, e até 1998, era obrigatório o pagamento de IRS. A partir de 1998, além do IRS, passou a ser igualmente obrigatório o pagamento da contribuição para a Segurança Social.

Sei do que falo, porque entre 1986 e 2002, trabalhei numa empresa onde recebia, a título de despesas de representação, 30% do vencimento ilíquido, que não era senão a forma que a entidade patronal tinha de me pagar mais, sem ter de descontar (até 1998) 23,75% para a Segurança Social.

Todas as outras despesas que eu fazia efectivamente ao serviço da empresa (refeições, transportes, hotéis, etc.), eram suportadas pelas respectivas facturas, pelo que não havia contribuições a pagar.

E não colhe usar o argumento de que utilizava um cartão de crédito da firma. Também neste caso, ou as despesas foram efectuadas realmente ao serviço da empresa, com facturas em nome, e com o NIF da Tecnoforma (embora também aqui fosse possível aldrabar o fisco), ou era devido o pagamento das contribuções acima citadas.

O que me surpreende é que os assessores de imprensa vão vomitando estes teses, e que os jornalistas as engulam sem averiguar nada. E, ao que parece, a oposição também parece não o saber. A menos que se esteja a guardar para momento mais oportuno.

Baltazar Garção disse...



Tem toda a razão, Carlos Fonseca.

Observadora disse...



Só digo UMA coisa: SE ISTO FOSSE COM O SÓCRATES, o que não teríamos lido e ouvido já até à náusea?


Na selva em que se transformou o nosso espaço público desde meados de 2008, após o pontapé de saída para a rebaldaria dado a 31 de Julho pelo cavaco - naquela célebre comunicação sobre o Estatuto dos Açores, tão patética quanto simbólica -, já todos percebemos que o que conta nunca são os princípios e a ética, mas sim se quem está em causa é "dos nossos", ou do "contra".


E perante isto só nos resta um caminho: DESQUALIFICAR E FUGIR DOS MEGAFONES MEDIÁTICOS e fazermos os nossos juízos com base nas nossas próprias análises.


Bardamerda para a "doutrina" das televisões, dos jornais e agora até da TSF. É tudo FARINHA DO MESMO SACO!

Anónimo disse...

Estiva a ouvir o debate na Antena 1. Quando questionado sobre a justiça o ainda PM enalteceu a colaboração dos Conselhos, referindo-se manifestamente aos Conselhos Superiores da Justiça e do Ministério Público. A Flor Pedroso conclui: o ainda PM assinala o contributo dos municípios na resolução do problema. As palavras homófonas até uma jornalista atraiçoam.