sábado, outubro 18, 2014

A história da PT

Miguel Sousa Tavares, ESTA DESESPERANTE AUSÊNCIA DE LUZ [hoje no Expresso]:
    «(…) Na semana em que se assistiu ao consumar do previsível destino da PT, depois do empréstimo de 900 milhões à Rioforte, assistiu-se também a uma tentativa, por parte do primeiro-ministro e dos seus apaniguados, de reescreverem a história, mandando as culpas para cima do inevitável José Sócrates. Ora, como este é um país onde a memória é uma maria-vai-com-todos, não fica mal recordar os factos. Quando o ambiente entre a PT e a Telefónica na gestão da brasileira Vivo, em que ambas possuíam 50%, se tornou inviável, a Telefónica propôs-se comprar a parte da PT a preço de amigos. A proposta, que significava também o fim do projecto da PT no Brasil, no qual investira anos a fio, foi aceite por todos os accionistas privados da PT. E foi José Sócrates, sim, quem, utilizando a golden share do Estado, se opôs à venda, forçou a Telefónica a subir substancialmente a sua oferta e negociou directamente com Lula da Silva a entrada da PT na Oi, na posição dominante que a sua superior capacidade tecnológica justificava. A recompensa que teve por parte dos accionistas privados da PT, a quem deu a ganhar um balúrdio de dinheiro, foi a antecipação da distribuição dos lucros, para fugirem ao aumento do imposto de mais-valias orçamentado para o ano seguinte. Depois, nada mais teve que ver com Sócrates: Passos Coelho abriu mão da golden share, a simples pedido de Bruxelas (a que só nós acedemos) e, uma vez entregue exclusivamente aos seus outros accionistas, seguiu-se o que se seguiu e a PT acabou dominada, menorizada e humilhada pelo seu sócio brasileiro, preparando-se agora para entregar os restos a uma qualquer multinacional de passagem por Lisboa. Eis como acabou o grandioso projecto tricontinental da PT! Que jeito dá ter José Sócrates sempre à mão! (…)»

7 comentários :

Anónimo disse...

Sousa Tavares merece a minha consideração, põe os pontos nos (i) a uma direita pacóvia - essa é que é essa.

Zé da Adega da Esperança

james disse...

Embora considere Miguel Sousa Tavares um bipolar, por vezes dou-lhe razão.

Anónimo disse...

Isto é o senhorito Tavares ao sabado, na 2ª Fª na SIC diz precisamente o contrario sem qualquer problema.
Se alguma vez admirei algum acto do Pinto da Costa foi o ter processado este senhorito da opinião.

Anónimo disse...

"A recompensa que teve por parte dos accionistas privados da PT, a quem deu a ganhar um balúrdio de dinheiro, foi a antecipação da distribuição dos lucros".

Tivesse voltado a usar a golden share, que era assim que mostrava o que valia. MST também só tem exigências para quem não deve, com os amiguinhos é um babado burro.

Anónimo disse...

já agora por causa de uns "comediantes" é melhor ver a rápida subida do preço...



Histórico da aquisição

O processo se inciou em 2007 com a Telefonica fazendo as seguintes propostas para a PT:
Jul/07: 3,0 bilhões de euros
Jan/10: 5,7 bilhões de euros
Jun/10: 6,5 bilhões de euros
29/06/10: 7,15 bilhões de euros
A última proposta da Telefonica foi aprovada por 74% dos acionistas presentes em assembléia geral da PT realizada em 30/06/10, mas foi vetada pelo Governo Português que possui uma "Golden Share" na PT que lhe dá este direito.

No dia 8 de julho o Tribunal da União Européia julgou ilegal a "Golden Share" do Governo Português na PT. Com isto as negociações entre PT e Telefonica foram retomadas.

No dia 16 de julho venceu a validade da proposta feita pela Telefonica em 29/06/10. O Conselho de Administração da PT solicitou uma extensão de prazo de 12 dias, com o que a Telefonica não concordou.

Em 27 de julho de 2010 Portugal Telecom acertou a venda de sua participação na Vivo para a Telefonica por 7,5 bilhões de euros e anunciou um acordo para entrar na Oi.

Consulte o comentário do Teleco

Anónimo disse...

Então a PT e o BES não tinham um arranjinho ? O Miguelito devia mas era falar futebol, é patético não precisa de ser coerente nem honesto. é sempre a abrir...

Anónimo disse...

Miguelito? Vocês ensandeceram.

Ele é mas é o Miguelão de La Grande Bouffe.