A coligação positiva à luz do dia |
A pretexto da redução das férias judiciais e da integração do subsistema de saúde dos «operadores judiciais» na ADSE, o sindicato de António Cluny conseguiu mobilizar os magistrados do Ministério Público para uma guerra sem quartel contra os governos do PS, não tendo o sindicato tido um papel despiciendo nas campanhas movidas contra José Sócrates (com a colaboração nem sempre discreta de Belém). Vivia-se a época da coligação negativa.
Com a chegada, em 2011, do governo mais extremista da história do regime democrático, a coligação negativa transformou-se em coligação positiva. Já com João Palma no lugar de António Cluny, a direcção do sindicato desdobrou-se em elogios ao Governo, à desorientada ministra da Justiça e ao Orçamento do Estado (o de 2012) mais iníquo de que há memória. Na qualidade de senador do sindicato, Cluny empunhava a batuta: «A ministra da Justiça tem trabalhado com cuidado e rigor». Basta seguir este link para reler o que o CC dedicou ao assunto.
Como seria de esperar, o Sindicato dos Magistrados do Ministério Público está moribundo — e não há estado de Citius que o reanime. E António Cluny entretém-se a escrever semanalmente umas obscuras prosas sobre assunto nenhum no semiclandestino i (como acontece com o indigente artigo de hoje). Estamos perante um negócio político óbvio: em troca da genuflexão do sindicato, o Governo premeia o presidente honorário do sindicato com a sua nomeação para representante de Portugal na Eurojust (hoje publicada no Diário da República). António Cluny é a prova provada de que não há almoços grátis.
8 comentários :
Não se metam com esta gente. Cuidado!
Não foram estes mesmos que correram com o anterior representante? O tal que ao dizer que o melhor era arquivar o Freeport estava a pressionar os castos e intocáveis magistrados do MP? Estamos bem entregues, estamos.
ana
Isto segundo as novas teorias interpretativas de alguns corporativos o que possa parecer...é... e a circunstância dos visados...é prova provada e até agravante.
Tenham a certeza de uma coisa:
Tudo o que os nossos tribunais possam parecer de... parcialidade, dependência de outros interesses que não a lei... activismo persecutório....
Exatamente...o que parece... neste caso...também
Palavras para quê? Este artista é apenas mais um militante do "partido" (fantasma) representante da ideologia figueirista-leninista (*) em Brutogal...
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(*) Criada pelo seu mentor, António Figueira, alavancado pelo grande facilitador Miguel Relvas.
Ha militantes do PCP ou ex que sabem gerir muito bem a suas carreiras....
Se falarmos de ex militantes radicais, que se evidenciaram no pós 25 de Abril, é ve-los hoje aproveitando as "migalhas"que a direita no poder lhes oferece.GANGA de merdosos....
Poderemos ainda esperar a revolta dos juízes decentes? Ou estamos em contagem decrescente para a ditadura?
"Poderemos ainda esperar a revolta dos juízes decentes? Ou estamos em contagem decrescente para a ditadura?"
não percebes nada disto, pá! os juízes não fazem revoltas, os juízes acomodam-se na democracia que outros instalaram e apropriam-se do sistema, garantindo para eles um poder anti-democrático. juiz, em ditadura, não vale nada, qualquer funcionário público que recite leis e bote aquela bata preta horrível, cumpre o lugar.
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