Estava ontem a ouvir Passos Coelho a discursar nas jornadas parlamentares da direita e a minha atenção estava centrada na oratória do alegado primeiro-ministro. Ele proferiu sucessivas mentiras sobre a situação da economia e das finanças públicas, mas é o estilo muito peculiar que chega para compor a personagem: «Chega a ser patético verificar a dificuldade de gente que se diz independente tem de assumir que errou, que foi preguiçosa, que não leu, que não estudou, não comparou, que não se interessou, a não ser em causar uma boa impressão de dizer ‘Maria vai com as outras’, o que toda gente diz porque fica bem». No fundo, quando Passos Coelho abre a boca, a forma abafa a substância: «Pena que para neste exercício de coerência muitos sejam preguiçosos e às vezes orgulhosos. Têm-se dito no debate público inverdades como punhos».
Não se pode dizer que o PSD não fez um esforço notável para escolher uma personalidade que estivesse à altura dos seus pergaminhos. Justificar-se-ia com certeza que o pensamento, ou melhor, a forma singular de Passos Coelho se exprimir pudesse ser conhecido além-fronteiras. Embora muitas das expressões a que recorre o alegado primeiro-ministro não se revelem de tradução fácil noutras línguas, seria certamente um êxito planetário a publicação dos seus discursos (ainda mais se fossem acompanhados de um CD com os vídeos). Churchill muito ficou a dever o Nobel da Literatura aos seus muito bem preparados discursos. Quem sabe se…
Não se pode dizer que o PSD não fez um esforço notável para escolher uma personalidade que estivesse à altura dos seus pergaminhos. Justificar-se-ia com certeza que o pensamento, ou melhor, a forma singular de Passos Coelho se exprimir pudesse ser conhecido além-fronteiras. Embora muitas das expressões a que recorre o alegado primeiro-ministro não se revelem de tradução fácil noutras línguas, seria certamente um êxito planetário a publicação dos seus discursos (ainda mais se fossem acompanhados de um CD com os vídeos). Churchill muito ficou a dever o Nobel da Literatura aos seus muito bem preparados discursos. Quem sabe se…
4 comentários :
Pois, pá, é muita treta, mas nem todos têm o dom da oratória (uma prenda, mais que uma virtude) ou usam o teleponto, que facilita muito a correcção da oralidade.
Mais que tentar humilhar o orador pela atrapalhação sintática interessava descacar-lhe a substância dos ditos, mas isso, concomitantemente, mas com outra clareza, também é muito dito pelos V.
É ler Antónia Palla explicando para que queria Soares correr com os tipos do PCP do jornal O Século. Servir-se de um jornal amigo.
Como eu tenho dito, tudo isto é uma conspiração do Sócrates para dominar o mundo. Com a ajuda dos seus homens de mão, a saber: Balsemão, Belmiro, professor Marcelo, Marques Mendes, Paulo Rangel, Morais Sarmento, Henrique Monteiro etc. domina os órgãos de informação e o comentário político jornalístico e televisivo. Eu até me atreveria a suspeitar que uma vitória da Vilma ou Dilma ou lá como se chama a senhora, no Brasil, tem a longa mão do conspirador acima referido que alcança a imprensa e televisão desse país, assim como aos seus jornalistas e comentadores.
Isto só se resolve com uma coligação internacional anti Sócrates, feita à imagem da coligação anti estado islâmico.
Adorava que saísse tal pasquim!
Útil para vermos que as ideias desta corje e seu chefe menor se reduzem a meras combinatórias n a n de 10 formulas estereotipadas como variáveis, aplicadas até à evidencia da exaustão, da estarolice, loucura, abuso e extorsão de um povo! Haja Deus e venha o ridículo pasquim para els porem na estante com os discursos de Cavaco.
Ah! Sabem que o competitivo Paulinho das feiras também está a preparar uma colectânea dos discursos, ideias de reforma do estado, ideias das contrapartidas dos submarinos e dos aviões, e um anexo das receitas culinárias da mamã Sacadura.
Por uma vez concordo parcialmente com o Passos Coelho a grande maioria dos jornalistas são ignorantes e preguiçosos. Só discordo porque esses são os que o apoiam e apoiaram.
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