domingo, fevereiro 22, 2015

There is no alternative (TINA)


    «Tenho resistido a fazer este comentário, por receio de que se possa ver nele qualquer interesse pessoal. Mas o facto é tão escandaloso e o silêncio reinante tão cobarde que não posso adiá-lo mais:

    1. Há três meses, desde que a RTP pôs fim ao espaço de opinião semanal de José Sócrates (como tinha de fazer), que todos os comentários políticos em sinal aberto são da responsabilidade de militantes do PSD: Marcelo Rebelo de Sousa na TVI, Marques Mendes na SIC e Morais Sarmento na RTP.

    2. Isto passa-se em ano eleitoral. Nenhuma personalidade filiada ou próxima de qualquer outro partido, PS, CDS, PCP ou BE, é admitida neste poderoso círculo de influência pública.

    3. O que configura uma entorse às regras básicas do pluralismo, a que estão legalmente sujeitas todas as televisões, e viola frontalmente as obrigações adicionais de isenção próprias da estação pública.

    4. A ERC, que tem atribuições na matéria, está, ao que me dou conta, calada. O Conselho Geral Independente, tão preocupado com a ausência de informação prévia da administração da RTP sobre compra de jogos de futebol, calado está. Na opinião publicada, ninguém se manifesta. Do Sindicato dos Jornalistas, do Conselho de Opinião, mesmo do Parlamento, não ouço nada.

    5. Protesto eu.»

15 comentários :

Anónimo disse...

Augusto Santos Silva ajudou a tramar a autonomia dos jornalistas com a ajuda de discurso botado também por figuras como o Moreira de Coimbra. Queixa-se agora, trafulha.

O que não faltaram foram apelos pelo pluralismo vindos do SJ, designadamente em intervenções de Alfredo Maia, pedindo ainda que as universidades o observassem e estudassem.

Não deram por nada, pois não? Mas isso não foi por culpa do SJ cujas posições a classe permitida pelas leis do Silva ajudaram a minar.

Corvo Negro disse...

E protesta muito bem porque lhe assiste toda a razão. Junte também o meu. De pouco vale mas é mais um.

Fernando Romano disse...

Tantas vezes me tenho interrogado sobre a total ausência de denúncia e protesto por esta pouca vergonha nos canais públicos. Mete-se pelos olhos dentro a indiferença de uma "classe" política que se deixa deslizar... deslizar..., a tal ponto que começa a ser cobarde. Não protestam, alto e bom som, porque têm medo de perder tempo de antena e protagonismo meramente pessoal.

Anónimo disse...

Nem mesmo assim lá vão...

Zé da Póvoa disse...

Pelos vistos não é só na governação que proliferam caniches alemães. Também em muitos órgãos dominados pelos "boys" de Passos e Portas há uma relação canina com a honestidade!

Anónimo disse...

Subscrevo esta tomada de posição do Prof. Santos Silva contra esta ditadura mediática imposta pelo labreguismo político. Porque estamos, de facto, no ensaio geral para uma ditadura. Veja-se o que aconteceu por estes dias com o desacordo público, e amplamente publicado, de Santana Lopes a propósito de mais uma exibição hipócrita do dito cristão CDS. Imnediatamemnte o governo, na pessoa do Goebbels da Lambreta, mandou auditar as contas da Misericórdia de Lisboa. Única e simplamente para enxovalhar o nome do Santana Lopes. Vamos ver se fazem o mesmo com o Prof. Santos Silva ou com a Dra Manuela Ferreira Leite, não vá o diabo tecê-las e ela chegar a Belém... Isto que nos governa é máfia pura.

Anónimo disse...

Muito oportuno e corajoso o acto de Santos Silva. É absolutamente nauseabunda a cobardia de Marcelo, Marques Mendes, Morais Sarmento, Pacheco Pereira e outros comentadores do PSD, que fazem esta triste figura para não deixarem de abichar o dinheiro que recebem pelo que dizem, ainda por cima com imagem e propaganda. Que gente tão pequenina!

Fernanda Gomes disse...

Mesmo que não fosse ano eleitoral, era grave. Reservar o espaço de opinião nos canais de sinal aberto - RTP1, SIC e TVI - para comentadores filiados no partido do Governo é próprio de ditaduras, não de uma democracia.
A estratégia manhosa das estações de televisão tem sido a de ter a Direita a opinar nos canais que são captados por quase todos os portugueses e disfarçar esta flagrante falta de pluralismo tendo comentadores de outras cores políticas em canais temáticos- SIC-N, RTPN e TVI24. Só que.. aos canais temáticos de redes da TV Cabo só tem acesso metade , ou nem isso, do universo total.
Isto já para não falar nos atropelos nos espaços de Informação.

Anónimo disse...

A comunicação Social Audio-Visual é uma arma poderosa.Desde há muito tempo que se aperceberam disso os regimes autoritários e semi-autoritários que estão mais ou menos ligados às novas políticas que surgirm no final do seculo passado.Os grandes orgãos de comunicação social estão normalmente na mão de grandes grupos económicos.Em Portugal o problema tem cada vez mais tendencia para se agravar.

soudocontra disse...

Desculpe anónimo das 07:28:00, "...grandes grupos" ou grandes gatunos?. O assunto do post nem comento, pois estamos a ser (des)governados/presididos por uma gatunagem sem limites e sem vergonha nenhuma, como o fizeram, aliás, com a campanha eleitoral - Já não deveria haver admiração nenhuma! E agora, pasme-se, até o sistema de justiça ficou TOTALITÁRIO... e não há ninguém, nem nada que mande prender todos estes escroques... sem escrúpulos.
MCTorres

Anónimo disse...

Esta direita para manter o poder, precisa da força da palavra, mas se for preciso , não tenho duvidas , também utiliza a força das armas.

vn disse...

O domínio dos comentadores do PSD não é só no comentário político. Também no comentário desportivo têm tido alguma prevalência. Na comunicação social estamos perante um autêntico polvo laranja.

Anónimo disse...

Ja na TV por cabo e o reverso. Este pinderico tem muita oportunidade de perorar ao povao.

Anónimo disse...

Sim, é só comentadores da direita TóTó trauliteira. Mas se os poucos que são convidados e enviados pelo PS como pseudo-contrapontos políticos são do estilo ... Perestrelo, Graça Fonseca ... então vou aqui e já volto. Gente muito fraquinha, que não tem nem nunca vai ter espessura politica e cultural para representar uma alternativa exigente.

Anónimo disse...

É a asfixia democrática.

Quando cunharam a expressão, num discurso de 25 de Abril, eles sabiam bem do que falavam.