segunda-feira, junho 22, 2015

A cornucópia


• António Correia de Campos, A cornucópia:
    «A cornucópia de projectos e dinheiros que desaba agora sobre os Portugueses levanta dois problemas: donde vem tanto dinheiro, depois de quatro anos de duríssimas restrições? Se os projectos são tão indispensáveis e reprodutivos, por que razão não foram eles adoptados em devido tempo? Sem uma resposta cabal a estas duas questões teremos que concluir por uma de duas enormidades: os projectos eram indispensáveis para o bem do Povo e o Governo foi negligente ou incompetente em não os ter aprovado, quando mais falta faziam; ou em alternativa, se os projectos, embora necessários, foram atrasados para altura eleitoral, então o Governo demonstra cinismo atroz. Não apenas eleitoralismo, mas verdadeiro sadismo, se sabia serem os projectos essenciais e se só os promove quando podem render votos. Em qualquer caso, a ética política não parece estar presente.

    Na verdade, na lista de benesses dos últimos dias incluem-se: 15 milhões para formação vocacional para usar até final do ano, sob a forma de subsídios de 500 euros a pessoas sem emprego; 22 milhões para comprar cirurgias adicionais ao sector privado, nas áreas sempre necessárias do cancro da mama, do cancro da próstata, das cataratas, entre outras; mais alguns milhões para colonoscopias adicionais, a realizar pelo privado, não já ao preço aviltado inicialmente negociado mas agora a preço decente; mais trinta unidades de saúde familiar, após o "esquecimento" que levou a que nos cinco primeiros meses apenas uma tenha sido criada; milhares de isenções de propinas a estudantes do superior, a decidir justamente a tempo de as famílias saberem que terão para o próximo ano, generosamente cobertas as propinas dos seus dependentes. E a lista ainda vai curta, pois a bondade governamental com o Verão será sempre multiplicável. (…)»

5 comentários :

Rosa disse...



Qualquer das duas razões é injustificável...os portugueses têm de estar atentos e não se deixar levar...

Anónimo disse...

Agora sim! Percebe-se o porque das coligação andar a dizer que as eleições não estão perdidas!

Anónimo disse...

Os maraus disfarçam a 3 meses das eleições a atiram com a massa roubada para a frente da canzoada faminta e desdentada (é assim que eles pensam, a rir!. But, d'ont mistake, os maraus ainda não se cansaram de desinvestir no social, de destruir a herança, desmoronar, cancelar, dar a privados para fazer de conta, etc. etc. A cena ainda continua em todos os sectores sociais. Empobrecendo deliberadamente, deitando borda fora, sacrificando doentes, matando portugueses a eito, e desde logo os supérfluos. Milhões. As benesses são apenas sound bites para uma economia em que já nem as benesses funcionam, pois as pessoas estão exaustas, descrentes, fartas de mentiras, face a uma organização de serviços desmembrada e caótica.

Anónimo disse...

Fazem apenas o papel deles, não os posso criticar por isso. Como bem diz Correia de Campos ainda a procissão vai no adro - e atrás do andor vai o senhor presidente a cantar aleluias ao santo.

Às oposições cabe o seu papel: desmontar-lhes o jogo. Assim a título de exemplo: essa formação profissional é mesmo formação ou é maquilhagem das estatísticas do desemprego? O emprego está a crescer em quantos pontos percentuais ou décimas? Esses acordos com tudo o que é clínica baiuca resultam do quê? Da falta de camas hospitalares? Das salas de cirurgia funcionarem a meio gás? Da falta de anestesistas ou enfermeiros? Matéria não falta. Basta um discurso escorreito que qualquer um entenda, a canzoada faminta e o senhor doitor.

Herculano Ferro disse...



Estás a ver, ó palhação de Belém?

Tens é de marcar Eleições de seis em seis meses, espeto de pau.