quinta-feira, junho 18, 2015

Eu, ex-militante do PSD, me confesso

Chama-se Norberto Pires e é professor de robótica no departamento de Engenharia Mecânica da Universidade de Coimbra. Foi presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDR), tendo sido demitido cinco meses após a nomeação. Abandonou o PSD em finais de 2014, ao qual aderira em 2005, «um dia depois de José Sócrates ganhar as eleições em 2005». Foi apoiante de Passos Coelho nas suas candidaturas à presidência do PSD.

Norberto Pires escreveu um depoimento, que a Sábado publica, sobre a sua passagem pela CCDR. Fica-se com a convicção de que o passismo quis transformar um professor de robótica num robô: «O primeiro choque que tive ao chegar à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional Centro foi quando percebi que ninguém quer que você pense nada, nem que organize equipas. Querem apenas alguém que mantenha o status quo e que distribua o dinheiro.»

E que significa manter o status quo? Basicamente, isto:
    • Encharcar de boys a CCDR e os organismos na sua dependência;
    • Ser um facilitador de negócios;
    • Dar a cara pelos cortes de verbas para as autarquias;
    • Arranjar financiamento para acções de propaganda do Governo (programa para o emprego jovem);
    • Submeter as suas intervenções ou textos à prévia validação da tutela.

Eis uma passagem do depoimento para aguçar a curiosidade:
    «(…) Nessa época, outro artista chamado Rogério Gomes, que tinha criado o Instituto do Território [e agora é presidente do Gabinete de Estudos do PSD] que é uma coisa privada, não é um instituto, andou a dar entrevistas a dizer que as CCDR eram um buraco negro, um bando de incompetentes. Uns dias depois, Pedro Santana Lopes daria uma entrevista mais ou menos a dizer o mesmo. Então, escrevi um artigo no Público a responder. Recebi um telefonema do chefe de gabinete da ministra [Assunção Cristas] a dizer que posso escrever artigos, mas antes precisam de validação superior. (…)»

8 comentários :

Anónimo disse...

Isso não é no PCP?

Anónimo disse...

Homem unesto. Saturado, abla finalmente.

Anónimo disse...

Indeed, é mesmo assim. Só querem um bando de palhaços que sirvam de bandeja a palhaçada.

Anónimo disse...

Pois até pode ter razão mas ele sabia que quando terminasse o seu cargo voltaria para a UC (isto é continuava a receber todos os meses por mérito próprio), mas os boys tem de fazer pela vida e aproveitarem ao máximo a situação que venham a obter pois na realidade eles quando os correm passam a precários das fidelidades que conseguiram convencer.

Anónimo disse...

Nas autarquias pcp é semelhante (e na maioria das outras).

Anónimo disse...

ele também só foi para lá porque era do ppd.

Anónimo disse...

A beata popota é um poço de ambição ...

Anónimo disse...

Pois é, dá com a boca no trombone, coitado foi apeado! É assim que a matilha PSD actua!