sexta-feira, junho 05, 2015

Jesus desvia atenção do corte dos 600 milhões das pensões dos avós

• David Pontes, A coligação PSD/CDS-PP/JJ:
    «(…) Mas essa é só uma possibilidade de análise, porque se olharmos para política, estou inclinado em considerar que há uma coligação de interesses entre PSD/CDS-PP e Jorge Jesus. Imaginem que o treinador não tinha optado por encontrar a sua "zona de conforto" entre as linhas sportinguistas. Hoje estaríamos provavelmente a cotejar as propostas do PS com as "linhas de orientação geral" da coligação. E se, a prazo, a estratégia do "não digo nada, não mudem nada" até pode beneficiar da complacência de um povo pouco dado ao risco político, uma primeira análise mostraria uma coligação avara em concretizar as suas propostas contra os socialistas que traçam metas e mostram números. O que diriam hoje os comentadores que durante meses andaram a verberar contra António Costa por não ter "propostas concretas"? Assim como assim, acabam a falar de Jorge Jesus.

    E se procurássemos no documento apresentado por Portas e Passos as propostas para a magna questão da Segurança Social ou de como vão ser cortados os 600 milhões nas pensões? Teríamos que nos defrontar com a vacuidade de um parágrafo em que se quer "assegurar a sustentabilidade da Segurança Social através da adoção de medidas que resultem de um debate alargado". O Jorge Jesus não é melhor tema?

    E a proposta de rever a Constituição para consagrar um limite à expansão da dívida pública? Se em 2014, o rácio da dívida estava em 130% do PIB e se segundo contas do Governo ela só por volta de 2030 baixará para 60% do PIB, o limite imposto pelas regras europeias, temos de concluir que o que se propõe é, pelo menos, mais de 20 anos de inconstitucionalidade. Quanto é que afinal vai ganhar Jorge Jesus? (…)»

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