segunda-feira, junho 15, 2015

Sobre o programa eleitoral da direita


• Hugo Mendes, Elogio do vácuo :
    «As linhas programáticas que PSD e CDS apresentaram ao país são deliberadamente pobres. Resultam do reconhecimento de que a vitória da direita nas legislativas de 2011 assentou numa fraude política que não resistiu ao choque com a realidade. É natural que partidos que ganharam eleições com promessas infundadas e que governaram em sistemática colisão com elas, num misto de radicalismo ideológico, incompetência e taticismo na procura de bodes expiatórios - degradando, assim, ainda mais a imagem do Governo, da política e das políticas - prefiram embrulhar o seu projecto futuro numa linguagem vaga e redonda.

    Muito dificilmente esta estratégia permitirá ganhar eleições, mas PSD e CDS parecem crer que o descrédito actual da política e das políticas faz do vácuo programático uma virtude com potenciais dividendos eleitorais. Esta degradação da qualidade da democracia é mais uma face da grave crise que o país vive e que o próximo Governo terá de procurar começar a reverter.»
• Francisco Madelino, Recriação:
    «A última legislatura foi trágica. Não foi só obrigação, foi também escolha. A dívida pública acumulada cresceu como nunca. Empobreceu-se desigualmente. Destruiu-se um décimo dos empregos. Voltou-se à emigração. O Investimento regrediu. Só as contas externas, aparentemente, melhoraram. Cresceu-se um pouco, e, logo, as importações dispararam.

    Elaborar um programa que reeleja é difícil. Carece de imaginação. Impõe dissimulação. Obriga a recriar a realidade. Imporia amnésia. Centrou-se o discurso no medo, numa suposta genética socialista gastadora. E, espera-se, que ele faça vencer.

    Quanto ao resto, escondem-se medidas, como os cortes de 600 milhões na Segurança Social. Promove-se amnésia, na emigração, na obstrução ao descongelamento do salário mínimo, porque "não sensato", ou, ainda, na minimização dos problemas de crédito das empresas, porque estas dele "toxicodependentes. Afinal, a 'troika' foi desejado pela coligação, na sua ânsia dum novo PREC. Sobre o futuro generalidades.»

1 comentário :

Anónimo disse...

Delirante é o que acabo de ler.

A carris é para privatizar. É caso para dizer que estamos quase na fase imelda marcos a caminho de honolulu. Quem levará, a custódia de belém no avião?

Em todo o caso um dos concorrentes é a RATP, francesa. Ora, que eu saiba é tão pública como a carris e mais endividada ainda.

Os nossos liberais são um encanto.