• Augusto Santos Silva, As cinco razões para votar no PS:
- «1. Portugal está mal. Tem mais pobres e mais pessoas em risco de pobreza. A classe média foi esmagada. As desigualdades aumentaram. Aumentou o desemprego e diminuiu a proteção social. Empresas públicas estratégicas foram vendidas ao desbarato, sem critério nem preocupações com o interesse estratégico nacional. A economia caiu. Caiu a pique o investimento. Reduziu-se o ritmo de crescimento das exportações. As famílias perderam rendimento e património. A emigração regressou aos números anteriores ao 25 de Abril. Os mais jovens e qualificados estão a partir.
Portugal está pior do que estaria se o Governo PSD-CDS não tivesse querido ir “além da troica”. A consolidação orçamental está por fazer, na sua vertente estrutural, e a dívida subiu para 130% da riqueza produzida anualmente. O sistema bancário continua à beira do abismo. A administração e os serviços públicos foram desmantelados e instalou-se a incompetência.
As poucas coisas que melhoraram, em relação a 2010, e se resumem às condições de financiamento do Estado e aos juros da dívida pública, resultam da ação do BCE, à qual se opôs o Governo de Passos e Portas. O modestíssimo crescimento da economia, nos anos mais recentes, deve-se, por um lado, aos efeitos do crescimento da Zona Euro e, por outro lado, à travagem imposta pelo Tribunal Constitucional aos cortes do Governo. Mesmo assim, a este ritmo, continuaríamos com níveis de desemprego e dívida insuportavelmente altos e níveis de rendimento e proteção insuportavelmente baixos.
2. Passos Coelho e Paulo Portas não merecem confiança. Mentiram, quando garantiram uma coisa na campanha eleitoral de 2011, e fizeram precisamente o contrário. Mentem agora, quando por exemplo dizem que a austeridade não atingiu os mais pobres ou que o IVA não foi aumentado. Escondem o seu programa e, em particular, o corte de 600 milhões nas pensões. Provocam o sofrimento das pessoas e são indiferentes ao seu sofrimento: o sofrimento dos idosos que perderam o complemento solidário, o sofrimento dos dependentes em primeiro grau que perderam o apoio da segurança social, o sofrimento das famílias que perderam o abono, o sofrimento dos doentes que esperam tempos infindos nas consultas e urgências, o sofrimento das centenas de milhares de pessoas de todas as idades e condições que perderam o emprego, o sofrimento dos idosos que deixaram de ter dinheiro para pagar sequer os medicamentos.
3. Não basta que a maioria dos portugueses esteja contra o Governo. Não chega haver uma maioria de rejeição. Só é possível mudar de Governo se essa maioria for também uma maioria de alternativa. E apenas o PS pode liderar essa alternativa. Aliás, o PS é o único partido que concentra o seu combate na direita e define como objetivo fundamental derrotar a direta. Não é possível derrotar a direita atacando o PS. A mudança de política exige a mudança de Governo e esta só se realiza através de um novo Governo liderado pelo PS. A vitória eleitoral não está garantida por coisa nenhuma: ela depende do voto de cada pessoa.
4. Votar no PS é escolher António Costa para o lugar de primeiro-ministro. É escolher um político experimentado, coerente, com ideias próprias, com sentido de Estado, que já demonstrou competência e capacidade de dialogar e de fazer em várias funções públicas, no Governo e no Parlamento, no Estado e no Poder Local. É preferir António Costa, que conhecemos e em quem, por isso, confiamos, a Passos Coelho, que também já conhecemos e em quem, por isso, não podemos confiar.
Porque conhecemos António Costa, podemos confiar. Porque conhecemos Passos Coelho, não podemos confiar.
5. O programa do PS é simples: é virar a página da austeridade, dentro do quadro europeu e da moeda única. Não é renunciar às reformas, mas pelo contrário fazê-las, a começar pela reforma do Estado, que a direita não fez. Não é optar pela facilidade, nem prometer tudo a todos: isso está a fazê-lo agora, à pressa e em desespero, a direita. É apostar na raiz de tudo, que é o crescimento económico e do emprego, articulando medidas de modernização, estímulo ao investimento e combate à precariedade, com medidas de devolução de rendimento às famílias, para que haja procura para as nossas empresas e os seus produtos.
Estas medidas são conhecidas, estão calculadas, o seu custo e o seu benefício foram estimados. As contas estão feitas e batem certo. O próprio PSD, que ensaiou o número de colocar publicamente umas perguntas sobre a solidez do cenário macroeconómico apresentado pelo PS, calou-se bem caladinho quando recebeu as respetivas respostas, cristalinas e detalhadas. Há novas possibilidades na Europa, que é preciso aproveitar, com um Governo apostado em defender o interesse nacional. E, sem que isso custe mais dinheiro, pelo contrário poupando-o, há muito trabalho a fazer para devolver competência ao Governo, respeitar a administração pública e as instituições do Estado, deixar respirar as escolas, os centros de saúde e os hospitais, acarinhar o trabalho dos profissionais, remover obstáculos à iniciativa empresarial – e ter palavras de esperança para as portuguesas e os portugueses, em vez de tratá-los como se fossem culpados e devessem ser punidos.»
27 comentários :
Muitas pslavras bonitas, mas concretamente o que pensa fazer? Que medidas irá tomar se foe governo? Aumenta impostos ou baixa? Na saude que medidas tomará? E no ensino? Dos reformados que pensa fazer? Não diz uma unica medida, só que ha que alterar etc etc mas nada de concreto. Ira pelo mesmo caminho com outra rapaziada que ja anda a esfregar as mãos. Veja o exemplo de Coimbra que ja estava preparado para levar a familia para a A.R.
Mais uma ajuda para o meu voto...confio em António Costa...no atual é que nem pensar...
O anónimo deve estar a referir-se ao programa de governo do paf que numnca niguém viu!
O PS tem programa de governo. É ler.
O líder do PS, António Costa, nao quer nas listas candidatos com antecedentes ou problemas com a Segurança Social, Finanças ou com a Justiça. Este é um excelente princípio que deve ser seguido e cumprido, custe o que custar. O PS pode e deve dar uma nova imagem de mudança e afastar aquelas que se servem da politica
Abram os olhos... Segundo o economista Ricardo Paes Mamede, as previsões do Governo e do PS para o período 2015-2019, de crescimento entre 3,5% e 3,9% e saldo orçamental primário entre 2,3% e 2,9%, em países com mais de 100% de dívida pública, nunca foram conseguidas nos 28 países membros da EU, entre 1996 e 2014...
Sem depreciar os arrombadores de caros, uma actividade digna se for exercida com dignidade, eu votaria num partido de arrumadores de carros, só e apenas, para me ver livre deste governo.
Nenhum governo pode ser pior do que desgoverno em função e essa razão me basta para eu volta no PS.
Concordo totalmente consigo(e com António Costa), Armindo!
Olhando para o grupo , um quer acabar com os contratos a prazo, outro nem quer ouvir falar em salário mínimo, outro não quer levar com a porta na cara em Bruxelas, isto é dispõe-se a obedecer ao governo alemão sem refilar, e fora deste baralho está o Alexandre Quintanilha que não se percebe o que anda ali a fazer.
Depois de termos visto uma reeleição boliqueimal e a eleição de um psicopata com um passado que só por si chegava e sobejava para que gente "normal"o remetesse para as limpezas das alfurjas do partido,só com uma ampla campanha agressiva em linguagem que o povo entenda e que se marimbe para as maciezas do famigerado Tó Zé,é que admito a mudança pelo Costa.Mas até lá,nada de embandeirar em arco porque as sujeiras e ignomínias da campanha eleitoral anterior ainda não vieram a jogo embora se comecem a esboçar e estamos perante bandalhos que são capazes de tudo.
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~ Eu acho que ''há todas as razões e mais alguma''...
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Plenamente de acordo com o programa.Precisamos de gente séria no Governo e o PS tem gente séria!Vamos a isto!
Não sei o que é isso de virar a página à austeridade respeitando o quadro europeu, isso não existe, não é possível, não é do domínio do real. O euro é austeridade, o euro é uma instituição de classe que visa desmantelar os direitos laborais, sociais, políticos. Está à vista de todos para quem não quiser desviar o olhar. Os mecanismos institucionais de disciplina, como já podemos testemunhar tanto em Portugal como de forma mais óbvia na Grécia, são poderosos e inflexíveis. O PS pode dizer que vai gerir o país de forma mais competente e mais bem intencionada e acredito que sim. Mas não pode dizer que se vai desviar do caminho de empobrecimento,subdesenvolvimento e profunda desigualdade social que está traçado à luz das normas europeias se as quer respeitar. Os senhores ou estão a laborar num erro ou então o que é mais grave estão deliberadamente a mentir. O PS nem sequer é capaz de refutar esse engodo neoliberal que é a "reforma do estado". Eu a pensar que o estado estava continuamente a ser reformado e que a democracia representativa era para isso mesmo. Que reforma é essa de que tanto falam? É só uma: austeridade, cortes, perda de direitos e dignidade, desigualdades crescentes. O que os senhores parecem propor é apenas fazer de polícia bom. Os outros aplicam a austeridade à bruta, o PS propõe-se aplica-la com uns comprimidos de optimismo e semântica para custar menos.
a mim basta-me uma: Canalha para a Rua
eu também devo confessar que, para me ver livre destes ladrões que estão no governo a governar-se e aos amigos, até com o lula ele trafica influências porque para esta gente o dinheiro não tem cor tanto pode ser chines como brasileiro, também voto em qualquer um e em qualquer coisa, mas sei que se votar no Costa voto num homem sério e que já deu provas de por onde passou de ser competente, e acho que alguém com o mínimo de inteligência pensará o mesmo!!!
Por favor, Augusto Santos Silva, tenha dó.
Como é que no meio deste panegírico proselitista e redundante ainda consegue meter de calçadeira esta bucha da "reforma do Estado", hã?
Reforma do Estado? Lemos bem?
E acaso tem um minuto do seu precioso tempo para nos esclarecer a todos nós, votantes socialistas de boa vontade, que raio de "reforma" será esta?!
Nunca ouviu dizer que de tanto falarmos como a Direita acabamos mesmo a pensar - e a governar! - como ela?
Ora bolas, homem. Isto já está pouco para a ré...
A reforma do estado não está feita e precisa mesmo de ser feita.
A reforma do estado é : acabar com a boiada PSD/CDS que só lá estão a enquinar toda a estrutura.
Acabar com as fundações para isto e para aquilo, que o PSD prometeu acabar e que acabou por engordar ainda mais.
Acabar com os contratos externos de assessorias e corrupção com firmas de advogados de que fazem partes membros do parlamento.
Acabar com os privilégios estapafurdicos de classe na justiça e no exercito.
Acabar com as IPSSs chulas e repôr as politicas de redistribuição a cargo do estado.
Acabar com toneladas de burocracia. Para tudo. Até para lamber selos.
Acabar com as mamas nas autarquias que dão de comer á familia inteira do presidente da camara mais à familia da esposa, mais à familia dos primos, mais à familia dos tios, etc etc.
Há muita coisa para cortar que constituiria de facto a verdadeira reforma do estado.
Mas tenho duvidas que o PS o consiga fazer , embora haja vontade lá dentro.
Os interesses são demasiados e é preciso estar disposto a meter o pescoço no cepo para que algo mude.
Mas o medo é grande . Porquê? Olhe-se para o que aconteceu ao Socrates...
Nada vai mudar neste país . Para que tivesse mudado teriamos de ter cortado o monstro pela cabeça, em 75. Não o fizemos e está aí o resultado.
o traste mor de belém dava o cu e dois tostões por mais uma semana de poder dos merdas de s bento para nomearem mais uns tachos e darem mais umas empresas aos agiotas, senão não correrem com estes traidores da patria bem podem emigrar porque eles vão sugar o vosso sangue o dos vossos filhos e do s vossos netos, despertai cambada de ignorantes....
Ora aí está.
Por este pequenino mas muito significativo exemplo das 16:07 de ontem, está à vista no que dá o uso público de expressões pomposas como "a reforma do Estado", que pode querer dizer tudo e mais um par de chanatos se não se dizer MUITO CLARAMENTE do que é que se está concretamente a falar.
A "reforma do Estado", assim sem mais, não passa de um chavão ordinário e viscoso, próprio da conversa manhosa dos serventuários da guvernalha e das capas dos tablóides como o correio da manha.
Na pena de Augusto Santos Silva é um desgosto, uma granada inimiga que só lhe pode é explodir nas mãos...
O blog mantém o mesmo post.
Entretanto, temos Passos Coelho, a toda a hora e minutos, em TVs e jornais. Quando não é P. Coelho , são os comentadores do regime.
Como afirmou P. Pereira, há que dar voz, e não tenhamos medo, à "raiva" dos portugueses.
Nesta altura do campeonato, é isso que muitos e muitos portugueses desejam - alguém que seja o seu porta voz desta raiva em surdina ensurdecedora.
E isso não está a acontecer.
Azar o dele, quanto mais fala mais o cú lhe aparece e pessoal da CC o que lhes aconteceu? Foram presos, foram de férias ou morreram todos?. Que maneira tão indelicada de lidar com as hostes.
Curiosa a composição da fotografia, o centro não é Costa, o líder, mas sim Quintanilha o independente. Parece o fuzilamento do 3 de Maio de Goya, aquela camisa branca é o centro iluminado e ao redor tudo trevas. A gestão de imagem e comunicação da campanha do Ps, dos outdoors a linha grafica é a da revista Despertar e/ou Boa NOva) às fotografias, é má demais, é obnóxia.
Para complementar o meu comentario anterior (das 3:25 de 29/7)falta dizer que o celebre quadro de Goya é uma metafora da crucificação.
De resto desde Seguro, que parecia um pregador, até agora,ao Costa, nada parece ter mudado na direcção de imagem e comunicação do Ps. Os símbolos e imagens têm fortes associações ao messianismo evangelico o que num partido de raiz republicana (na verdade em qualquer outro) cria esquizofrenia. Bem , mas eu não vejo peças na Cornucopia nem tenho como referências de grandes politicos nacionais o MMendes (Costa na Quadratura do Círculo) nem na área da justiça a Morgado (numa entrevista recente). É incompreensivel, o alinhar por tão baixa qualidade.
Há oito dias que este blog está inactivo. Estranho. Interrogo-me, com as devidas reservas: esse facto não estará relacionado com a constituição da lista de deputados? Se está, parece-me um mau serviço à causa principal: derrotar a direita. Se não está, os leitores merecem uma explicação.
@ 1945
O que é muito estranho é que alguém que se diz atento ao blogue, não reparou que o seu autor anunciou há dias, que iria de férias... Mas enfim, as coisas são como são, não é?
Ai, a campanha do PS... A converseta mole do PS... E aqueles benditos cartazes do PS! Cada qual pior do que o anterior...
Esta campanha do PS até me envergonha a mim, que nunca fui do PS, mas que todos os dias me bato, no meu pequeníssimo meio de influência, pela sua vitória em Outubro, com maioria absoluta! Mas cada vez me pergunto mais se valerá mesmo a pena.
Infelizmente, ao lado do líder, já domina o outro elemento do casalinho diabólico, tão boa a cozinhar e a lamber as barbatanas do cherne.
Mea culpa.Não vi a informação sobre férias. As coisas são mesmo como são. Adiante.
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