domingo, setembro 06, 2015

O partido de um artista em fim de carreira

Paulo Portas, hoje em Ofir

Há cerca de três semanas, Paulo Portas, na sua qualidade de vice-pantomineiro, convocou os jornalistas para, com a desfaçatez do costume, fazer um comício televisivo contra o programa eleitoral do PS. A par de uns números de prestidigitação, Paulo Portas procurou iludir as pessoas acerca da solidez do cenário macroeconómico do PS.

Paulo Portas afirmou então que o cenário foi mudado três vezes. É falso. Ontem, em Ofir, coube a um valete de Portas, Mota Soares, encenar a rábula do chefe.

Recordemos os factos:
Pode fazer confusão a um pantomineiro como Paulo Portas — membro de um governo que fez em quatro anos 12 orçamentos do Estado — que o PS cumpra rigorosamente a programação que anunciou e que faça questão de quantificar os seus compromissos, para que o programa eleitoral não se transforme num «saco de palavras».

Com a apresentação pelo PS do impacto final de todas as medidas na economia e nas contas públicas (e do cálculo discriminado de cada uma das medidas que propõe), a coligação de direita ficou encurralada. Por isso, os principais dirigentes da coligação de direita saltitam de uma posição para outra: quando se lhes pede as contas do seu programa eleitoral, remetem para o Programa de Estabilidade enviado para Bruxelas em Abril (que, de resto, não inclui os cálculos das medidas com que se comprometeu); quando se lhes recorda que do Programa de Estabilidade consta o corte de 600 milhões de euros nas pensões já atribuídas, remetem para o «saco de palavras» que é o seu programa eleitoral.

Há 20 anos, desde que abandonou o «jornalismo», que o irrevogável Paulo Portas se vai mantendo à tona da água à custa de truques de ilusionismo e de um infindável arsenal de patranhas — ao mesmo tempo que vai deixando cair, uma a uma, todas as bandeiras com que acena em vésperas de eleições. Hoje, em Ofir, perante meia dúzia de lesados do BES, Paulo Portas perdeu, num instante, a pose de estadista. A 4 de Outubro, retira-se.

6 comentários :

Anónimo disse...

Afinal quando é que os PAFs apresentam a análise que fizeram às 29 respostas que o PS lhes deu às suas 29 perguntas sobre o documento inicial "Uma Década para Portugal"?
Como Mário Centeno disse há dias, ou não leram ou não entenderam os documentos que o PS tem publicado, e então vão lançando granadas de fumos para iludir os incautos. Mas infelizmente as campanhas eleitorais são assim, os habilidosos histriónicos como Paulo Portas ficam mais nos olhos e nos ouvidos, as pessoas sérias e moderadas caem facilmente no esquecimento.
Espero que António Costa seja espevitado por ... Sócrates, que, para maior terror dos PAFs e seus comentadores, deve sem dúvida falar e intervir na campanha, como é seu direito.

Rosa disse...



Não aguento mais este Portas e as suas patranhas...só convence quem quer ser convencido...não tem, já, um pingo de credibilidade...só é enganado quem quer...ou a quem convém este estado de coisas...

Pedro Carrilho disse...

este é o terceiro na hierarquia que mais contribuiu para desmembrar todo um país em plena demovcracia, depois do parolo do algarve e do transmontano, mas como levou para casa os documentos dos submarinos que o incriminavam não vai preso, na alemanha existiram condenados por corrupção na venda dos submarinos em Portugal, aqui foi a vergonha a que se assiste, e ainda anda por aí a pavonear-se e a viver à nossa conta indo vendendo o que resta das jóias nacionais pelo caminho!

Anónimo disse...

O susto que apanhou em Ofir foi só o primeiro aviso do que o futuro prepara a este Coirão Calabrês. Aquilo que a justiça à portuguesa não quis resolver, há-de ser resolvido doutra maneira. Questão de tempo.

Anónimo disse...

É,sim,uma questão de tempo....

Anónimo disse...

Paulo Portas, vai caír... Será uma queda tão intensa, que toda a direita portuguesa não será poupada ao sismo...

É justo o que lhe irá acontecer. Bastante justo.