— Ó Pedro, e se pensionistas se lembram de que os queríamos asfixiar, tornando definitiva a «contribuição de sustentabilidade»? |
• Fernanda Câncio, Parabéns à PAF:
- «A coligação Passos-Portas não precisava de aparecer à frente nas sondagens para merecer ser congratulada pela sua extraordinária performance. Admita-se: passava pela cabeça de alguém que quem andou quatro anos a cortar pensões escolhesse colocar o assunto no centro da campanha, acusando o PS de o querer fazer? A quem ocorreria que a dupla que se esmerou a cortar a eito apoios sociais já sujeitos a condição de recursos, como o complemento solidário para idosos, denegrisse medidas inscritas no programa do PS que visam certificar que outras ajudas do Estado vão só para quem delas precisa e portanto o dinheiro dos impostos de todos é bem utilizado? A quem lembraria senão à genial desvergonha de Passos e Portas fazer disto um dos principais motes do seu discurso e do ataque ao PS?
- E o melhor é que resulta. Perante tal absurdo, que fazem PS e demais partidos da oposição (e os jornalistas)? Ficam tão aparvalhados que se limitam a ripostar com o corte de 600 milhões na Segurança Social com que a coligação se comprometeu em abril em Bruxelas e a admissão, à época, da ministra das Finanças de que isso significava cortar pensões. Como se não houvesse mais nada para dizer. Então, alminhas, Passos e Portas não impuseram em 2014 a "contribuição de sustentabilidade" que cortava definitivamente — de-fi-ni-ti-va-men-te, repita-se — as pensões contributivas acima de mil euros?
A ver se nos entendemos, que anda toda a gente esquecida, distraída ou mesmo doida varrida: se o Tribunal Constitucional não tivesse chumbado a medida, todas as pensões acima dos mil euros estavam com corte definitivo desde o início deste ano. E não apenas essas: Passos e Portas quiseram tirar, com efeito a partir de 2014, 10% a todas as pensões da Caixa Geral de Aposentações acima dos 600 euros ilíquidos. Também para sempre. E ainda tentaram reduzir a partir de 2014 as pensões de sobrevivência - ou seja, as que recebem os sobrevivos de um familiar - desde que o beneficiário tivesse uma pensão própria e a soma das duas ultrapassasse dois mil euros ilíquidos. Estes três cortes definitivos de pensões estariam hoje em vigor caso o TC não os tivesse impedido.
Mas já se varreu a toda a gente. De tal modo que ainda ontem Luís Montenegro, líder da bancada parlamentar do PSD, esteve na TVI a declamar poemas de amor: "A paternidade dessas medidas de corte de salários e pensões é do PS"; "Estamos felizmente a devolver rendimento às pessoas, os pensionistas já não têm de ter sobre eles a pressão que tinham há dois ou três anos." O homem que comandou as suas hostes no voto a favor dos cortes definitivos de pensões e de salários e invetivou duramente o Tribunal Constitucional por os obstaculizar bate agora palminhas à "devolução". Coitado de Ricardo Araújo Pereira, em cujo programa isto se passou; nem ele tem andamento para parodiantes destes. Deviam até mudar o nome: "muito à frente" - de fuga para a frente - é que era.»
5 comentários :
Lamentável,é não existir na entourage politica da campanha do Partido Socialista a capacidade de olhar o óbvio e retirar daí todas as consequências.Constrangedor,é vir sentindo de à meses a esta parte a incapacidade de o PS pegar o touro pelos cornos e o tratar como se impõe ser tratado:com os factos objectivos da sua "governação",que provocou danos imensos na vida e organização familiar de milhares e milhares de portugueses e as tentativas (frustradas pelo Tribunal Constitucional) de produzir danos ainda maiores,como Fernanda Câncio muito bem demonstra.Absurdo,é sentir que o PS vem desaparecendo enquanto espaço de respeito e de luta em torno dos seus Valores Fundacionais.Desencanto,é sentir que no interior do PS há gente que deseja a sua derrota.Será que António Costa também?Não foi para sentir isto que votei nele e nele vou votar para Primeiro Ministro de Portugal.
Mas que grande filho da puta ... fora a mãe que não tem culpa!
Excelente Fernanda Câncio.
Excelente.
O PS que espevite!
A fotografia que acompanha o artigo é uma escolha vossa, não é uma escolha da Fernanda Cancio
Qual das duas fotografias?
Enviar um comentário