Acabei de ouvir aqui, penso eu, a versão integral do discurso de Sócrates em V.V. de Rodão. E pergunto, onde está a palavra de Sócrates que faz comparação ou algum paralelismo directo entre o seu caso e dos presos de Luanda, que os hipócritas ditos "ponderados" vieram imediatamente badalar para a "sua imprensa" patronal. Serve-se desse exemplo precisa e apropriadamente para lhes chamar sem tibiezas de fariseus e sem-moral. E a verdade é que, como Sócrates exemplifica, são os primeiros a levantar bandeiras e reunir iguais nos protestos de injustiças cometidas além-fronteiras mas que se fazem mulas quando as mesmas injustiças são cometidas intramuros. São as clarinhas, os daniel oliveiras, os tavares e agora,também, os senhor embaixador de "duas ou três coisas" e Pedro Adão e Silva. Mas, ouça-se a argumentação fundada na crítica da razão prática e filosófica de Sócrates, feita de uma simplicidade e clareza limpa de artifícios literários ou falsos silogismos, para se perceber a raiva escondida, mas não contida, dos fariseus dos citados acima além dos clássicos lobos-xavier e pachecos,um cheio de basófia sofística o outro cheio de história e floreados literários, contudo, umas nulidades políticas. Ouvindo falar directo e claro sem tergiversar ou medo de nada, como Sócrates o faz enfrentando de frente os adversários, percebe-se bem porque os fariseus logo vêm usar do argumento de autoridade do manhoso; que sim, disse verdades, mas comparar-se com os presos políticos de Luanda isso não, isso é um "topete". E por fim tentam esconder farisaicamente o seu próprio problema de falta de moral acusando o outro daquilo que são, afinal, imitando o estilo e procedimentos desta direita terrorista que atacam verbal e inconsequentemente, no fundo, como sua proteção segura de que o tal poder judicial obscuro nunca lhes tocará e muito menos lhes fará "a cama" alguma vez. Destes não têm eles nenhum medo e consideram-nos de sua utilidade que eles existam, ao contrário de Sócrates, de quem se arrepiam só de pensar que um dia possa voltar a ter poder.
Há uma grande confusão a esse respeito e convém ouvir melhor; Do que ouvi e percebi em directo, a comparação com o Luaty Beirão deve-se ao facto de ambos estarem presos injustamente, tendo no entanto o Luaty já sido formalmente acusado embora por motivos garantidamente políticos, o que não acontece com Sócrates, embora este invoque também motivos políticos. Ora, a questão aqui é, e isso é que interessa e o Sócrates quis acentuar isso, que moralidade tem o governo português para pedir explicações a Luanda quando tem ou teve nos seus calabouços um político preso 10 meses sem acusação formal? Neste caso, se bem virmos, Sócrates pecou por defeito e não por excesso!
O título propositadamente ambíguo sobre a "comentário" de Sócrates no jornal Expresso, veio aliás alguns dias depois do mesmo jornal ter dito que o Governo de Angola tinha invocado o caso de Sócrates para defender a prisão preventiva de Luaty Beirão. Sócrates comparou os dois estados, não os dois presos. Este raciocínio de Sócrates foi exposto longamente, não cabendo num título de jornal. Argumentos como "Eleições livres como na livre Inglaterra" são próprios de ditaduras, mas quem fica mal visto é Portugal. O que eu criticaria em Sócrates foi o facto de ele, paralelamente aos dois casos internacionais que cita, não se ter informado sobre as centenas de pessoas que estão em Portugal em prisão preventiva, que pode ir até dois anos, sem acusação, sem defesa e, quantas vezes, sem cobertura mediática.
9 comentários :
Estive lá e exultei!! O Homem é uma força da natureza!
Força Camarada!
Ah ganda Zé!
O segredo do combate, é apenas falar na altura certa. Foi o que Sócrates fez.
Há mais de um ano, que anda dizia. Mesmo quando era interpelado na rua, depois da sua libertação, nada disse, nada revelou.
Pois este fim de semana, falou em alto e bom som, para muitos.
E é assim que se faz, minha gente.
Contenção, descrição e na altura certa, PAU!
A comparação com a situação de Luaty foi sinceramente inadequada, desproporcionada...
Acabei de ouvir aqui, penso eu, a versão integral do discurso de Sócrates em V.V. de Rodão.
E pergunto, onde está a palavra de Sócrates que faz comparação ou algum paralelismo directo entre o seu caso e dos presos de Luanda, que os hipócritas ditos "ponderados" vieram imediatamente badalar para a "sua imprensa" patronal.
Serve-se desse exemplo precisa e apropriadamente para lhes chamar sem tibiezas de fariseus e sem-moral. E a verdade é que, como Sócrates exemplifica, são os primeiros a levantar bandeiras e reunir iguais nos protestos de injustiças cometidas além-fronteiras mas que se fazem mulas quando as mesmas injustiças são cometidas intramuros.
São as clarinhas, os daniel oliveiras, os tavares e agora,também, os senhor embaixador de "duas ou três coisas" e Pedro Adão e Silva.
Mas, ouça-se a argumentação fundada na crítica da razão prática e filosófica de Sócrates, feita de uma simplicidade e clareza limpa de artifícios literários ou falsos silogismos, para se perceber a raiva escondida, mas não contida, dos fariseus dos citados acima além dos clássicos lobos-xavier e pachecos,um cheio de basófia sofística o outro cheio de história e floreados literários, contudo, umas nulidades políticas.
Ouvindo falar directo e claro sem tergiversar ou medo de nada, como Sócrates o faz enfrentando de frente os adversários, percebe-se bem porque os fariseus logo vêm usar do argumento de autoridade do manhoso; que sim, disse verdades, mas comparar-se com os presos políticos de Luanda isso não, isso é um "topete".
E por fim tentam esconder farisaicamente o seu próprio problema de falta de moral acusando o outro daquilo que são, afinal, imitando o estilo e procedimentos desta direita terrorista que atacam verbal e inconsequentemente, no fundo, como sua proteção segura de que o tal poder judicial obscuro nunca lhes tocará e muito menos lhes fará "a cama" alguma vez.
Destes não têm eles nenhum medo e consideram-nos de sua utilidade que eles existam, ao contrário de Sócrates, de quem se arrepiam só de pensar que um dia possa voltar a ter poder.
Há uma grande confusão a esse respeito e convém ouvir melhor;
Do que ouvi e percebi em directo, a comparação com o Luaty Beirão deve-se ao facto de ambos estarem presos injustamente, tendo no entanto o Luaty já sido formalmente acusado embora por motivos garantidamente políticos, o que não acontece com Sócrates, embora este invoque também motivos políticos.
Ora, a questão aqui é, e isso é que interessa e o Sócrates quis acentuar isso, que moralidade tem o governo português para pedir explicações a Luanda quando tem ou teve nos seus calabouços um político preso 10 meses sem acusação formal?
Neste caso, se bem virmos, Sócrates pecou por defeito e não por excesso!
O título propositadamente ambíguo sobre a "comentário" de Sócrates no jornal Expresso, veio aliás alguns dias depois do mesmo jornal ter dito que o Governo de Angola tinha invocado o caso de Sócrates para defender a prisão preventiva de Luaty Beirão. Sócrates comparou os dois estados, não os dois presos. Este raciocínio de Sócrates foi exposto longamente, não cabendo num título de jornal. Argumentos como "Eleições livres como na livre Inglaterra" são próprios de ditaduras, mas quem fica mal visto é Portugal. O que eu criticaria em Sócrates foi o facto de ele, paralelamente aos dois casos internacionais que cita, não se ter informado sobre as centenas de pessoas que estão em Portugal em prisão preventiva, que pode ir até dois anos, sem acusação, sem defesa e, quantas vezes, sem cobertura mediática.
VERGONHA!!!
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