sábado, outubro 24, 2015

Tradições que nunca o foram [2]


O PSD tem sempre um bonzo de serviço para andar à traulitada. Hoje, foi a vez do vice-presidente Carlos Carreiras aparecer a rezar a ladainha da «tradição» na escolha do presidente da Assembleia da República. Vamos lá ver se a gente se entende:
    1. O presidente da Assembleia da República é eleito. Não é nomeado nem cooptado, o que só fragilizaria a segunda figura do Estado.

    2. Ao longo dos 40 anos de democracia, houve várias eleições para a presidência da Assembleia da República em que concorreram dois candidatos, o que põe em relevo que a estória da «tradição» é mais um «mito urbano» da direita.

    3. Além do caso de Oliveira Dias, militante de um partido que não venceu as eleições, houve outra situação, como recorda Maria João Pires: Fernando Amaral do PSD, quando o PS tinha vencido as eleições legislativas.

    4. Nas negociações entre o PSD e o PS para que o defunto governo pudesse ter um novo sopro de vida, Passos Coelho ofereceu ao PS a presidência da Assembleia da República em troca da viabilização do governo de direita no parlamento. Até o Dr. Relvas defendeu publicamente esta proposta.

4 comentários :

Anónimo disse...

Esta direita está há 4 anos agindo fora- da- Lei. Pretendiam continuar . Não têm hipótese. Ganharam perdendo. Habituem-se!

Anónimo disse...

Muito bem.
Tradição? Bem, tradicionalmente e até 1910, Portugal foi uma monarquia...
Em 1974, pergunto havia tradição?
Tradição em democracia o que é? Bem, penso que é o respeito pelas regras democráticas. Ou será que é perpetuar o que alguns partidos gostariam?
Se calhar há ainda muito trabalho a fazer, para que não se queira perpetuar a ideia, de que a participação se esgota com a acto de votar.Mas também, para que a participação nas eleições, sejam um ato de verdadeira cidadania levando todos a fazê-lo.

Anónimo disse...

Entretanto...

Ontem Marcelo fez uma declaração fantástica, ao dizer que não quer voltar a ter divisão entre os portugueses:
"No pós-25 de Abril é que se dividiam os portugueses entre bons e maus".

Quis criticar Cavaco, mas deu prova de uma perigosa amnésia histórica. É que se esqueceu de um tempo que deve conhecer muito bem, o ante-25 de Abril. Aí pode encontrar, por exemplo, um discurso em que Salazar, ao dedicar-se a "excomungar" os comunistas, terminou com este ditatorial corolário - "...quem não é patriota não pode ser considerado português"!
(discurso encontrado no "Um jeito manso", ontem, sábado, 24 de Outubro)

Mori Bunda disse...




carlos carreiras ?? quem é ?