sexta-feira, novembro 27, 2015

«A quem é que o eleitor de centro compraria um carro em segunda mão?»


• Francisco Louçã, O primeiro dia é feliz, mas as dificuldades chegam depois:
    «(…) Dizem alguns comentadores que entenderam do discurso de Cavaco Silva que este ameaça demitir o governo. Depois de 53 dias de empastelamento da política, alegar uma divergência de doutrina económica sobre o papel do consumo ou outra questão avulsa para impedir a apresentação da proposta do Orçamento de Estado, tudo isto nas últimas semanas de mandato, entre a Missa do Galo e a eleição do novo presidente? Em Portugal, isso não existe. Mas a notícia política é que houve quem vislumbrasse essa esperança obscura nas entrelinhas do Presidente. Ou seja, a direita está tão perdida que fantasia um confronto épico convocado numa manhã de nevoeiro a partir de Belém, o que simplesmente quer dizer que não sabe o que fazer.

    Costa respondeu com um governo moderado e com um discurso moderado. Ele quer acentuar a deslocação da direita para as bordas do discurso incompreensível. Nem precisa de se esforçar muito. Entre António Costa, oficialista e ponderado, e Marco António Costa, a prometer uma crise política que rebenta tudo, a quem é que o eleitor de centro compraria um carro em segunda mão? Pois é, nem vale a pena perguntar. (…)»

3 comentários :

Jose disse...

A conta dos 53 dias é a prova provada da valia da palavra do Costa.
Até que o acordo pudesse ser disfarçado de 'negativo' para 'geringonçoso' foram mais de 30 dias!!

Anónimo disse...

Muito bom Francisco Louça.
Quanto ao discurso de António Costa, concordo, foi moderado.Mas muito bom.

Alexandre Carloto disse...


Vale a pena perguntar é:

E O MARCANTONHO COSTA JÁ FOI DENTRO?

Juntamente com os outros dois PATIFÓRIOS??