Mineiro Aires, presidente do Metro, fez publicar na quinta-feira um extenso comunicado no DN sobre a adjudicação, por ajuste directo, da prestação de um serviço a uma empresa de que fora sócio. Poderia ter sido, em menos palavras, mais esclarecedor do que foi. Veja-se:
1. Um aspecto relevante de que não pode prescindir um gestor quando toma decisões é a prudência. No caso em apreço, não se justificava ter evitado realizar um contrato com uma empresa de que havia sido sócio?
2. O Estado confia ao Metro duas funções distintas: gerir o transporte de passageiros e ser o dono de obra no alargamento da rede. Não estará o Metro a hipotecar a função de dono de obra ao entregar aos privados os serviços que poderia realizar?
3. Não tendo a Ferconsult intenção de realizar o trabalho encomendado, o procedimento adoptado não se destinou apenas a contornar a obrigatoriedade de o Metro ter de realizar um concurso público? Porquê? Sendo o concurso público o meio por excelência para estimular a concorrência (e baixar os preços) e legitimar a escolha, por que se recorreu a este expediente para evitar o concurso público?
4. Num comunicado que é muito específico em relação a alguns aspectos, não deveria ter sido mencionado o nome das empresas consultadas (ou, ao menos, quantas foram) e, sobretudo, o critério previamente definido a observar na selecção da prestadora de serviços?
5. Se a Ferconsult não realiza os trabalhos para os quais foi criada, subcontratando outras empresas, para que serve? É apenas caixa de correio entre o Metro e o “mercado” para evitar a realização de concursos públicos?
6. Por que razão o montante pago pelo Metro à Ferconsult contém uma verba que será posteriormente devolvida ao Metro a título de royalties? É por razões fiscais, para reduzir o IRC da Ferconsult, sabendo-se que o empolamento dos proveitos não tem influência no apuramento dos resultados do Metro, que apresenta prejuízos?
7. O comunicado termina nestes termos: “o Conselho de Gerência (…) reafirma a sua intransigência e não pactuação com todo o tipo de interesses a que tem vindo a pôr cobro.” Que interesses? Como o tem feito?
1. Um aspecto relevante de que não pode prescindir um gestor quando toma decisões é a prudência. No caso em apreço, não se justificava ter evitado realizar um contrato com uma empresa de que havia sido sócio?
2. O Estado confia ao Metro duas funções distintas: gerir o transporte de passageiros e ser o dono de obra no alargamento da rede. Não estará o Metro a hipotecar a função de dono de obra ao entregar aos privados os serviços que poderia realizar?
3. Não tendo a Ferconsult intenção de realizar o trabalho encomendado, o procedimento adoptado não se destinou apenas a contornar a obrigatoriedade de o Metro ter de realizar um concurso público? Porquê? Sendo o concurso público o meio por excelência para estimular a concorrência (e baixar os preços) e legitimar a escolha, por que se recorreu a este expediente para evitar o concurso público?
4. Num comunicado que é muito específico em relação a alguns aspectos, não deveria ter sido mencionado o nome das empresas consultadas (ou, ao menos, quantas foram) e, sobretudo, o critério previamente definido a observar na selecção da prestadora de serviços?
5. Se a Ferconsult não realiza os trabalhos para os quais foi criada, subcontratando outras empresas, para que serve? É apenas caixa de correio entre o Metro e o “mercado” para evitar a realização de concursos públicos?
6. Por que razão o montante pago pelo Metro à Ferconsult contém uma verba que será posteriormente devolvida ao Metro a título de royalties? É por razões fiscais, para reduzir o IRC da Ferconsult, sabendo-se que o empolamento dos proveitos não tem influência no apuramento dos resultados do Metro, que apresenta prejuízos?
7. O comunicado termina nestes termos: “o Conselho de Gerência (…) reafirma a sua intransigência e não pactuação com todo o tipo de interesses a que tem vindo a pôr cobro.” Que interesses? Como o tem feito?
3 comentários :
Já devia estar na rua.
O CG do Metro, onde está um administrador "cruzado" afirma em Comunicado que:
“o Conselho de Gerência (…) reafirma a sua intransigência e não pactuação com todo o tipo de interesses a que tem vindo a pôr cobro.”
Depois de, o Presidente, Mineiro Aires, ter declarado que:
“o Metro de Lisboa é um antro de esquemas instalados” e considera que está a “pagar por ter posto cobro a uma série de barbaridades dentro da empresa”.
Isto, no Metro, deve ser igual à Refer!
Uma pergunta se impôe:
Quer num caso quer noutro, o que fizeram os respectivos Conselhos de Gerência para castigar os "autores" das tropelias que denunciam?
Como comentam estas afirmações, dos actuais responsáveis do Metro, os antigos Responsáveis, que hoje estão no Porto de Lisboa e na CP?
Mineiro Alves cheira-me a Brasil dos anos 20; e este Metro tresanda a ferrovias da mesma época; Portugal, por seu turno, parece querer inverter a marcha do tempo e colar-se às diatribes e aos constrangimentos de então.
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