Num outro ponto da sua crónica, Sofia Pinto Coelho discorre sobre o tempo de trabalho na justiça portuguesa, dando como exemplo as audiências no “caso Moderna”:
“Numa altura em que até os alemães concordaram em trabalhar mais horas - sem aumento salarial - estas queixas parecem absurdas. Mas não são. De facto, na justiça portuguesa trabalha-se muito. Todavia, produz-se pouco. Basta olhar para os julgamentos. No «caso Moderna», por exemplo, as audiências, marcadas para as 9h30, raramente começavam antes das dez e tal. A meio da manhã fazia-se o usual intervalo para o café e pouco depois do meio-dia ia-se almoçar. Da parte da tarde, a marcação para as 14h raramente era cumprida e por volta das 17h já todos estavam a ajeitar o casaco para se ir embora. Na generalidade dos julgamentos, é isto que acontece: parece que se trabalha muito, mas, vendo bem, há muitas «horas mortas».”
1 comentário :
Sei, por experiência própria, que isto que a Sofia diz é verdade.
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