quinta-feira, abril 06, 2006

Carta endereçada a Carmona Rodrigues


A carta dos seis advogados (e sócios do Sporting) dirigida a Carmona Rodrigues foi publicada no jornal A Bola de ontem, numa página interior e par (p. 26), com uma letra de tamanho tão reduzido que necessitámos de uma lupa para a poder ler. Transcrevemo-la:

    “Os signatários são todos sócios do Sporting Clube de Portugal, com vários anos de filiação, conforme se poderá constatar pelo número de sócio constante na lista anexa, estão temerosos com o futuro do Sporting, por força da situação financeira calamitosa que é do conhecimento público, e desejam dar o seu contributo na procura de uma solução que possa relançar a saúde económica do Clube.

    Pensam os signatários que esse objectivo só pode ser alcançado se for preservado o património do Sporting e se as valias desse património forem potenciadas pelo próprio Clube.

    Não tem sido esse o entendimento de quem conduziu o Sporting nos últimos anos, com as consequências que estão à vista e são públicas.

    Têm os subscritores fundadas suspeitas de que alguns dos negócios que envolvem o património imobiliário do Sporting padecem de irregularidades que ferem a sua validade. Só para alertar V. Ex.ª sobre operações que se podem considerar ilegais desde que haja acesso aos contratos e escrituras que a Direcção do Clube se recusa a facultar referimos o historial de uma delas.

    Existe na Câmara Municipal de Lisboa para aprovação um ou dois lotes de terreno com a área de construção de 139 mil metros quadrados.

    Acontece que o contrato efectuado pelo Sporting Clube de Portugal e a M.D.C foi assinado pelo Director Geral do Clube, Diogo Gaspar Ferreira supomos, sem poderes bastantes para o fazer e em perfeito “conflito de interesses” passou, acto contínuo a esta operação, a fazer parte da administração da empresa M.D.C.

    Consta que a M.D.C. está a negociar com um Fundo Americano a venda deste património com um lucro de 30 milhões de contos.

    Sendo que se a operação for efectuada pelo Sporting daria lucro liquido à colectividade de cerca de 53 milhões de contos.

    É de salientar que a C.M.L., ao vender ou doar terrenos ao Sporting, fê-lo na convicção de que os terrenos seriam para ajudar a colectividade nas suas despesas gerais, com grande incidência nas suas modalidades amadoras e não em operações especulativas de criminosos lucros a favor de entidades estrangeiras.

    Pelo exposto, solicitamos a V. Ex.ª não despachar qualquer licenciamento que possa comprometer o valiosíssimo património do Clube, que em grande parte se deve à generosidade da Câmara Municipal de Lisboa.

    Por isso, e porque os valores, como se demonstra, envolvem prejuízos de dezenas de milhões de contos, em operação ruinosa e de má-fé, não hesitarão os subscritores em defender os interesses e o património do Clube, Instituição de Utilidade Pública, até às últimas consequências.”

11 comentários :

Anónimo disse...

Onde estão os notáveis do Sporting? Ninguém fala deste escândalo?

Anónimo disse...

Uma carta (ou anúncio) com teor semelhante poderia ter sido escrita(o) na altura em que os terrenos foram inicialmente cedidos ao clube (nesse caso assinada(o) pelos contribuintes ou pelos ex-proprietários dos ditos terrenos) ? E, a ter sido escrita, como teriam reagido estes subscritores ?

Anónimo disse...

É este o país que temos...
Oh terra, não possuirás os meus ossos!

Arrebenta disse...

É tudo tão maravilhosos neste país, desde a Presidência da República, o Conselho de Estado, a Assembleia da Reública, o Governo, as Câmaras, os Clubes, etc...

Anónimo disse...

Ó Abrantes, Santo Protector dos Políticos, as notícias de 1ª página do Correio da Manhã não te chegam ?
Não falas da lei da rolha que o ministro da justiça quer impôr aos funcionários judiciais ?
E já leste o jornal de hoje ?
Se não, ofereço-te esta de borla

AUMENTA CORRUPÇÃO ENTRE POLÍTICOS

A corrupção regista níveis 'insuportáveis' para a democracia. A corrupção está a aumentar entre a classe política. De acordo com Euclides Dâmaso, director do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Coimbra, “em Portugal a corrupção progride e intercepta cada vez mais níveis diversos da Administração e do aparelho do Estado”, acrescentando que “boa parte da economia portuguesa flui no mercado paralelo”.
O magistrado, que falava ontem em Braga durante a semana de Direito da Associação Europeia de Estudantes de Direito, manifestou-se frontalmente contra a intenção da Unidade de Missão para a Reforma Penal de substituir as penas de prisão até três anos aplicadas aos políticos e titulares de cargos públicos acusados de crimes de corrupção por uma suspensão temporária de funções entre os dois e os cinco anos. “Trata-se de uma decisão que causa alguma preocupação e que vai contra as exigências fixadas pelas Nações Unidas”, afirmou Euclides Dâmaso, adiantando ainda “que poderá ir contra as exigências definidas na Convenção de Palermo contra o crime transnacional que Portugal já ratificou”.
O magistrado defende que aquelas convenções vão no sentido de “optimizar a eficácia das medidas de detecção e de repressão” face à criminalidade económica e à corrupção, o que não se realizaria “com a suspensão de penas aos políticos”.O procurador não hesitou em dizer que “ciclicamente emanam do interior do próprio sistema alarmantes sinais de disseminação do fenómeno corruptivo, com níveis de afectação insuportáveis para o regime democrático”.
Euclides Dâmaso preconiza “um melhoramento do controlo dos rendimentos dos titulares de cargos políticos e do financiamento das campanhas eleitorais, de forma a torná-las menos permeáveis a todo o tipo de infracções”, defendendo a criação de um organismo “independente” do Estado para executar políticas de prevenção contra a criminalidade económica.

POIS É ABRANTES, DO QUE INTERESSA NÃO FALAS TU, POIS OS TEUS PROTEGIDOS FAZIAM.TE O K.O.

Anónimo disse...

Isto ja foi denunciado,entre linhas e para quem percebe do que se esta a falar, para a negociata que pretendem fazer com terrenos publicos.
Ora o Carmona Rodrigues é do Sporting.

Esta colectividade foi altamente beneficiada no tempo do ex presidente da CML e tambem do SCP, santana lopes.

Não esquecer o que foi com os terrenos das Antas. O que foi explicado, foi nada.

Vive-se ha muitos anos de impunidade, quer politica quer de outros agentes, o que desacredita a democracia

Anónimo disse...

Vá lá, não sejam exagerados!

É com estas técnicas que se vão passando umas "gordurinhas" do Estado para os privados e, de preferência, multinacionais ou interesses anónimos ou desconhecidos.

Pobre Portugal!
Força Miguel

Anónimo disse...

MIGUEL ABRATES
Há um homem que lhe responde a isto tudo.
Aliás já veio escarrapachado num comentário, em tempo, no jornal A Bola.
As benesses de Santana Lopes ao benfica e ao sporting.
Como o benfica se lançou, falido, na construção de um novo estádio e as contrapartidas que o sporting recebeu, por tabela.
Se um leva o outro também tem de levar.
Esse homem é: MIGUEL SOUSA TAVARES

Anónimo disse...

E ninguem vai preso.
Preso.
Estará o PR vigilante?

Anónimo disse...

A maior aldrabice na construção dos novos estadios, esta nas Antas, como denunciou o Rui Rio, para não falar do campo do Olival do Menezes, outro roubo publico

Isso sim

Ao Tavares, so lhe digo, se o Porto e assim tão bom, porque anda na capital do imperio. ou então é nescio

Anónimo disse...

desmesurado apoio ao F.C. Porto»
Um relatório do Tribunal de Contas considera, após uma auditoria aos apoios municipais concedidos aos clubes com estádios do Euro 2004, que houve um claro favorecimento nos apoios imobiliários aos ditos clubes. Em particular ao F.C. Porto, através dos terrenos no âmbito do Plano Pormenor das Antas. A Câmara Municipal do Porto concedeu apoios totais na ordem dos 89 milhões de euros, sendo que 88 milhões desse total foram para o F.C. Porto e apenas um milhão para o Boavista.

O relatório diz que este favorecimento aos azuis e brancos foi feito através do valor de alguns dos terrenos entregues pelo município ao clube, os quais «foram subavaliados para quase um terço do seu valor comercial», adiantando que «através da distorção do conceito legal de comparticipação financeira foi possível à autarquia conceder desmesurado apoio imobiliário ao F.C. Porto, proveniente do património público autárquico, traduzível e redutível, naturalmente, à noção de dinheiros públicos».

Por tudo o que foi dito atrás o documento do Tribunal de Contas considera que «o contrato está gizado de molde a proteger generosamente o interesse do F.C. Porto, em detrimento do razoável acautelamento do interesse público e dos dinheiros públicos».
E andam palhaços, como este, constantemente