terça-feira, abril 11, 2006

A propósito de um comentário de um leitor (anónimo, claro)

Vários comentários que expressam posições que não coincidem com as nossas opiniões têm sido transcritos no CC. Acontece que, quando estão em causa questões relacionadas com a justiça, os comentários, salvo honrosas excepções, limitam-se a insultos. Até alguns leitores que supomos serem magistrados, mesmo quando não perdem a cabeça, o melhor que dão de si é lições paternalistas. Para não falar dos que enveredam por discursos eivados da superioridade moral dos magistrados. Serão provavelmente bons exemplos do espírito de casta prevalecente nesses corpos profissionais. Deveríamos dar destaque a tais comentários?

Não temos nenhuma simpatia especial por Maria José Morgado. Nem achamos que tenha, na sua passagem pela Polícia Judiciária, desenvolvido um trabalho que sirva de paradigma. Recordamo-nos vagamente de um despacho de Maria de Fátima Mata-Mouros, enquanto juiz de instrução criminal, que poderá ajudar a compreender a nossa opinião.

Ainda assim, mesmo que se trate de um caso singular de mediatização, ou até só por isso, vale a pena dar a conhecer alguns dos pontos de vista da magistrada que Manuel Monteiro gostaria de ver à frente da Procuradoria-Geral da República. É tão-só isso que está em causa.

4 comentários :

Anónimo disse...

Ó Miguel Abrantes! Mostre tudo!Transcreva tudo!E, antes, leia bem o que foi dito!Ler bem, é compreender, não é manipular.

E deixe lá que não estou a ser paternalista: apenas faça mais um apelo a uma inteligência que vejo cada mais definhada na permanente obsessão em achincalhar.

Anónimo disse...

Por outro lado, deveria saber que a Morgado é das pessoas que no MP não podem ser acusadas de corporativas, no pior sentido da expressão.

Já o mesmo se não pode dizer daquilo que escreve, pois revela a sua tendência corporativista, mas de um lado bem suspeito: o do apoio ao governo!

Anónimo disse...

Duvido muito que Fátima Mata-Mouros e a Morgado estejam assim tão afastadas em termos de atitudes perante as magistraturas.

O caso concreto de que falou é mais complexo do que aquilo que se pode escrever aqui a esse propósito. E muito menos pelo autor do blogue.

Adriano Volframista disse...

Tem razão Miguel Abrantes

Em terra de cegos quem tem olho é rei. MJM apenas se distingue por dizer em voz alta aquilo que outros dizem em surdina e que, em países mais ao norte é o óbvio: entramos no sec XXI com uma justiça com instrumentos do sec XIX; ninguêm se lembraria de contratar um cocheiro e pô-lo a conduzir um automóvel, nem exigem que o saiba; aparentemente, em Portugal isso é obrigatório,apenas porque os cocheiros foram ensinados (?) para essa tarefa e não se chateiam porque até lhe convêm...
Durante a entrevista, com duas jornalistas fraquinhas, as perguntas bradaram aos céus, nem uma vez se tocou nas questões básicas: como deseja que seja a actuação da PJ, deve ser fiscalizada pelo poder político, como avaliamos os magistrados do MP, deviam ser responsabilizados, como se combate e que meios se devem priveligiar no combate aos grandes temas, devem os partidos ser investigados, devem existir mecanismos para combater a corrupção no poder local mais enérgicos, o que pensa do caso da Câmara de Marbella, etc, etc
Nada disso
Cumprimentos
Adriano Volframista