“Um caso caricato chegou-me há dias ao conhecimento. Rezava assim: um cientista português, radicado no estrangeiro, respondera a um concurso duma universidade portuguesa, publicitado na internet. A sua candidatura fora desqualificada, informava a Reitoria da instituição em causa, por não incluir “a minuta de candidatura”. A dita “minuta”, que não era referida no anúncio nem estava acessível ‘online’, não passava de um formulário no qual se requeriam o nome próprio, a filiação e a referência do concurso. Só a informação relativa à filiação não era deduzível da restante candidatura. Conclusões? Duas. Uma geral e uma particular.
A primeira: é nos pequenos detalhes que muitas vezes se percebem as grandes diferenças. Este tipo de requerimentos, essencialmente burocráticos, mesquinhos e alimentadores da mediocridade, não se coadunam com uma cultura meritocrática. Erguer este tipo de “muralhas”, de forma kafkianamente engenhosa, para proteger os habitantes do “castelo” não é prática admissível numa instituição onde a busca de conhecimento seja o móbil maior. A segunda: só com uma invejável dose de ingenuidade conseguiremos não suspeitar que a instituição em causa, a Universidade de Lisboa, tenha encorajado, ao mais alto nível, a contratação preferencial de pessoas da casa.”
quarta-feira, abril 05, 2006
Sugestão de leitura – O corporativismo nas universidades
Conhecemos um caso em tudo idêntico ao que é relatado por Tiago Mendes, no artigo que hoje publica no Diário Económico com o título A minuta, no qual sustenta que o “corporativismo em algumas universidades portuguesas é tanto mais condenável quando esperamos que elas sejam pólos de excelência e exemplos a seguir.” Aqui fica um extracto:
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2 comentários :
E o que é que isto tem a ver com os magistrados? Vamos mas é dar cachaporrada nos magistrados e o resto é conversa.
uma análise ao quadro da universidade em causa revela que apenas 20-50% do quadro (dependendo da faculdade) está preenchido. Os concursos abrem em função das "oportunidades" com que as cliques de 4-5 catedráticos que tudo decidem em cada uma das capelas vão de vez em quando acenando às hostes.
Os juízes são uns anjinhos ao pé destes senhores. Por isso é que se vão tramar primeiro.
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