terça-feira, junho 20, 2006

Quinta do Ambrósio: Midas e inside trading



Hendrik de Clerck, O castigo de Midas, cerca de 1620



Era uma vez um filho de Valentim, o Jorge, que era amigo do vice-presidente do pai na Câmara de Gondomar, o José Luís, e de um advogado, o Laureano, que, em tempos, havia sido colocado por Valentim no Conselho de Arbitragem da Federação de Futebol. Decidiram o Jorge, o José Luís e o Laureano unir esforços e adquirir a uma senhora a Quinta do Ambrósio por cerca de um milhão de euros. Enquanto o diabo esfrega um olho, a Quinta do Ambrósio, embora não tivesse poços de petróleo, valorizou-se tanto que já valia quase o quádruplo. Nem o Tio Patinhas tinha no seu curriculum um tal feito.

Quando perguntaram a Valentim se Midas tinha ressuscitado, o major de Gondomar sugeriu que se deixassem de fantasias: a sua intervenção fora terrena, ou seja, “institucional”. Estava em curso o Plano de Urbanização de Fânzeres que haveria de permitir a desafectação da Quinta do Ambrósio da Reserva Agrícola Nacional.

Não estando a Quinta do Ambrósio cotada em bolsa, não era só Midas que não era para aqui chamado. A CMVM também não, que já tem muito para se entreter com o Fundo de Pensões do BCP. Mas talvez o Ministério Público, assim que se desembarace do “Envelope 9”, possa encontrar um explicação racional para o fenómeno da Quinta do Ambrósio.

PS — Uma empresa, que transporta pessoas de um lado para o outro, adquiriu em seguida a Quinta do Ambrósio. Dá pelo nome de STCP e tem um único accionista: o Estado.

6 comentários :

Anónimo disse...

Investigado?

É outro país.

Se fossem investigados, casa da musica, metro, etç, estavam todos presos, num País real, claro

Anónimo disse...

Ó Abrantes diz-me lá com franqueza:

Acabou-se a reforma por inteiro ao fim de 2 mandatos?


Podes-me esplicar a razão pela qual uns, funcionarios publicos e adjacentes, tem reformas a 100% aos 55 anos e no final da carreira e

os outros, trabalhadores por conta de outrem, recebem 80% da media (topa. a media) e aos 65 anos.

è porque os funcionarios, servidores do estado, pagam mais de imposto directo?

Não será concerteza, então, é á conta destes que sustentam o funcionalismo, será isso?

Anónimo disse...

E ninguem irá... preso!

Anónimo disse...

Não vai não.

O ministerio publico abriu falencia tecnica.

Os juízes dizem que há leis.

Os inspectores do estado são vizinhos uns dos outros.

O cidadão fica atónico

Anónimo disse...

O Estado parece uma vaca leiteira, onde toda esta corja mama, sem riscos de apanhar a S.I.D.A..
Maria da Fonte

Anónimo disse...

o que é grave é que ninguém vai preso.