segunda-feira, julho 24, 2006

Ter de sair do casulo

A União Europeia quer avaliações mais rigorosas das auditorias. Os revisores oficias de contas poderão vir a ser supervisionados por uma entidade exterior à classe. É um outro lóbi que vai ter de se abrir. Sikander Sattar, senior partner da KPMG, em entrevista ao DN, fala sobre a questão:

    A directiva proíbe que o supervisor seja maioritariamente constituído por profissionais da área. Deve haver um novo órgão ou essa responsabilidade deve ser da CMVM [Comissão do Mercado de Valores Mobiliários], que já tem algumas competências?

    O órgão tem de ser independente. Dificilmente poderemos manter esse papel na Ordem dos Revisores Oficiais de Contas (OROC). É importante que haja envolvimento da OROC, que conhece a profissão e seus procedimentos e estará em condições de contribuir para que esse órgão faça o seu papel. Esse papel deveria ser entregue a um órgão independente eleito pelo Governo.

    O Governo deve criar um novo órgão para supervisionar os auditores?

    Exactamente. O Governo deveria criar um órgão de supervisão, como aconteceu nos Estados Unidos e em Inglaterra. A CMVM tem muito a contribuir e vai ter um papel preponderante, não deveria ser esta entidade, só por si, a fazer esse papel. A CMVM, a OROC e independentes nomeados pelo Governo é que deviam constituir esse supervisor. Dependendo dos recursos que lhe forem atribuídos, terá de ser determinado se parte do trabalho pode ser delegado na CMVM, na OROC ou, a nível do sector financeiro, no Banco de Portugal e no Instituto de Seguros de Portugal. Também seria importante que a composição desse órgão integrasse os supervisores financeiros e a OROC. Mas a maioria dos membros deveria ser independente, face a todas essas entidades, à profissão e ao poder político.”


1 comentário :

Anónimo disse...

Em minha opinião, felizmente a malha está a apertar. Para que o deixa- andar-até-prescrever, a corrupção e a impunidade deixem de ser parte integrante da "nossa cultura". A bem da equidade e da justiça.