1. Elogios públicos, críticas privadas — A corte desfez-se em elogios públicos. Cortar na beca do futuro procurador-geral, a ponto de a transformar numa jaqueta, só em privado. Para memória futura (e presente), subsistem os recortes dos jornais: “Neste momento, e dada a fragilização das magistraturas, penso que deve ser um magistrado do Ministério Público. Porque ele conhece a máquina, os seus defeitos e virtudes. Não é por ser corporativo. Os juízes têm um presidente que é juiz, os advogados um bastonário que é advogado, porque é que o MP não há-de ter um magistrado do MP? (…)”
2. Fechar com chave de ouro — Ontem, Paulo Gorjão pôs em relevo o sistema de vasos comunicantes que actualmente vigora entre a Procuradoria-geral da República e o Sindicato dos Magistrados do Ministério Público. Este ciclo encerra-se com chave de ouro: Souto Moura, a limpar a casa, encarrega o presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público de o representar num encontro oficial na Guatemala. António Cluny mata dois coelhos de uma cajadada: dá um paseo e assiste, lá longe, às vénias da corte.
3. O cargo que falta preencher — Foi escolhida para procurador-geral da República uma personalidade que, tudo o indica, não estará na disposição de ser refém de lógicas de grupo no seio do Ministério Público. Mas o que poderá marcar o mandato, sobretudo para quem não é oriundo da corporação, é a escolha do vice-procurador-geral da República, que “coadjuva e substitui o procurador-geral da República”. E, como se sabe, as lógicas de grupo no seio do Ministério Público não estão desmanteladas. Os media, saciados com a indigitação do procurador-geral, estão a desprezar o acompanhamento deste detalhe.
2. Fechar com chave de ouro — Ontem, Paulo Gorjão pôs em relevo o sistema de vasos comunicantes que actualmente vigora entre a Procuradoria-geral da República e o Sindicato dos Magistrados do Ministério Público. Este ciclo encerra-se com chave de ouro: Souto Moura, a limpar a casa, encarrega o presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público de o representar num encontro oficial na Guatemala. António Cluny mata dois coelhos de uma cajadada: dá um paseo e assiste, lá longe, às vénias da corte.
3. O cargo que falta preencher — Foi escolhida para procurador-geral da República uma personalidade que, tudo o indica, não estará na disposição de ser refém de lógicas de grupo no seio do Ministério Público. Mas o que poderá marcar o mandato, sobretudo para quem não é oriundo da corporação, é a escolha do vice-procurador-geral da República, que “coadjuva e substitui o procurador-geral da República”. E, como se sabe, as lógicas de grupo no seio do Ministério Público não estão desmanteladas. Os media, saciados com a indigitação do procurador-geral, estão a desprezar o acompanhamento deste detalhe.
1 comentário :
"Fechar com chave de ouro"
Vai, portanto, o quase ex-PGR, ao Parlamento, convidado pelo PS, para explicar (como tu pedes, insistentemente...) o caso do envelope 9.
Muito bem, Miguel
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