“(…) O efeito de tal notícia só foi potenciado, como seu interesse público acrescido, pelo facto de se vir a somar a uma série de outras informações sobre escutas abusivas, iniciativas da investigação prepotentes, que apontavam para um desvio do processo da investigação de crimes de pedofilia, para uma espécie de pesca de arrasto de figuras públicas, em particular políticos, para ver no que resultava. Isto é ilegal, abusivo e muito, muito perigoso para o funcionamento da nossa democracia.
A revelação do 24 Horas acrescentava um elemento muito incómodo para o MP, a existência das listagens de telefonemas, que pelos vistos nos dizem agora se deve a um “erro” da PT e nunca foram abertas nem por polícias nem magistrados. Muito pouco verosímil (…). Os jornalistas conhecedores do processo não se limitam a informar que lá estavam estas listagens, mas que não são excepção a muito mais informação em caixotes, que também lá está e não deveria estar porque nada tem a ver com o processo mas com a pesca de arrasto justicialista.
Era sobre isto que o Presidente da República queria ser esclarecido, foi isto que o PGR cessante prometeu esclarecer e não foi nada disto que resultou do inquérito. (…)”
Pacheco Pereira, O interesse público da notícia do 24 Horas (in Sábado)
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