sexta-feira, outubro 27, 2006

Os cães de guarda




Eduardo Dâmaso voltou a atacar com um editorial que me deixa a dúvida se actua por má-fé ou ignorância. Vejamos alguns aspectos referidos no editorial.

Pergunta Dâmaso se os nove conselheiros que votaram contra a escolha do vice-procurador-geral eram todos magistrados do Ministério Público. Todos sabemos que não.

aqui, de resto, se tinha chamado a atenção para as ligações conjugais dos conselheiros Rodrigues Maximiano e Paz Ferreira. A novidade é que João Correia, o terceiro candidato mais votado nas últimas eleições para bastonário da Ordem dos Advogados — recorde-se que havia três candidatos —, também votou contra. O próprio veio dizê-lo à imprensa. E porquê?

Mais do mesmo… Não, João Correia não é casado com nenhuma procuradora-geral adjunta, mas dá-se o caso de ter sido advogado do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público. Esclarecido, Eduardo Dâmaso?

Por outro lado, o subdirector do DN também fala na existência de cães de guarda em cada um dos lados das barricadas. Sinceramente, esta referência parece ser uma autocrítica da sua parte.

Em terceiro lugar, Dâmaso atira-se ainda a Gomes Dias por ter servido profissionalmente o bloco central no Ministério da Administração Interna (MAI) durante 20 anos. Mas em que ficamos?

Não são os inspiradores de Dâmaso que, ainda há dias, criticavam a extinção das auditorias jurídicas nos ministérios (e a sua substituição por escritórios de advogados ou por serviços públicos), exactamente por defenderem que essas auditorias jurídicas, que são inerentes ao Ministério Público, são independentes e garantem pareceres que não são ditados pelo poder político?

Acha Eduardo Dâmaso que se pode dizer uma coisa diferente em cada dia, ao sabor das conveniências?

Mas a cereja em cima do bolo é a referência que Dâmaso, armado em entendido, faz ao caso GAL. Não sabe Dâmaso que a “vertente portuguesa” se relaciona com os serviços de informações militares e que os serviços de informações civis, dependentes do MAI, nem sequer existiam na altura? Julga o editorialista do DN que Gomes Dias era também, em acumulação, auditor jurídico do Ministério da Defesa Nacional?

E que tal se, para variar, Eduardo Dâmaso começasse a ser rigoroso?

3 comentários :

Anónimo disse...

Se o Cluny espirra, o Dâmaso vai a correr escrever que a Península Ibérica está constipada.

Anónimo disse...

Dâmaso dá ao rabo quando Cluny assobia ?

Anónimo disse...

sou leitor diário, do d. de noticias. as opiniões do sr. damaso, que por vezes opina neste jornal, são na minha modesta opinião de leitor muito fracas e banais, escreve de acordo com conivência pessoal e não transmitem ao leitor uma opinião independente e habilitada. nota-se que há algo nos seus textos indexado , a determinado sector da justiça. como este, há mais jornalistas engajados e subservientes a vários sectores corporativos da nossa sociedade.
ribeiro