“Segundo um dito comum no comentário político anglo-americano, os Bourbons (entenda-se a dinastia francesa derrubada pela revolução de 1789) nada esqueciam e nada aprendiam.
Uma boa parte dos políticos portugueses, sobretudo no que se refere ao orçamento e, em especial, às despesas públicas, ilustram bem o significado de tal frase. Nas últimas semanas assistimos a sucessivos exemplos disso, a propósito das várias medidas que o governo tem vindo a apresentar com vista à racionalização e redução das despesas públicas, em especial as que afectam os gastos que maior peso têm no total e que mais se têm mostrado insusceptíveis de compressão – nomeadamente os relativos à educação, saúde, pensões e administração local.
Que os políticos não esquecem é bem ilustrado pela obsessivamente repetida afirmação da necessidade de redução das despesas públicas. Aqui, no entanto, aplica-se, nuns casos, o dito de Santo Agostinho — "Senhor, fazei-me casto, mas não já" — e noutros a velha atitude que reivindica reduções drásticas, desde que não atinjam aqueles que as defendem. O que está por trás de ambos é a defesa de grupos de interesses e de clientelas (…).
É claro que a melhoria das perspectivas económicas (…) [tem] dado força a essa posição (…). Se houve algo que a evolução da economia desde o final da década de 90 tornou evidente foi o esgotamento o modelo de crescimento assente nas despesas públicas e nas cumplicidades corporativas.”
terça-feira, outubro 10, 2006
Sugestão de leitura - "Senhor, fazei-me casto, mas não já"
O artigo de Teodora Cardoso no Jornal de Negócios denomina-se Nada esquecer e nada aprender. Reproduz-se um extracto:
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4 comentários :
Pois, A Prof Teodora Cardoso sabe o que diz - Não sei se o actual PR foi aluno dela, mas tambem sabe que assim é - qualquer aluno com o 3º ano de economicas sabe que assim é, não há volta a dar - so quem não sabe, é quem gosta de fazer flores com o dinheiro dos outros, com o nosso - da-me vontade de rir, quando os vejo a apresentar obra no final de mandato.
Nisto parece que estamos de acordo ou não?
"Se houve algo que a evolução da economia desde o final da década de 90 tornou evidente foi o esgotamento o modelo de crescimento assente nas despesas públicas e nas cumplicidades corporativas.”
Subscrevo.
Senhor, fazei-me ladrão, mas não já.
Clap..clap...clap
Zé do Norte
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