quinta-feira, novembro 30, 2006

Em roda livre

O artigo de Rui Pedro Baptista, no Jornal de Negócios, denomina-se A hora das universidades aprenderem a gerir. O autor propõe que as universidades façam pela vida:

    “Vamos a coisas práticas. Alguém acredita que uma universidade nos Estados Unidos fique à espera do orçamento público? Não! Candidata-se a projectos, associa-se a empresas, encontra financiadores beneméritos, cria networks com os antigos alunos.

    Se neste momento todos percebemos que o empreendedorismo é fundamental porque não financiar as universidades exclusivamente em função dos resultados dos resultados obtidos pelos pólos de investigação? Pela criação pela criação de empresas? Patentes registadas, artigos publicados em publicações de referência?

    Não faz sentido que um professor universitário não tenha uma componente substancial do seu ordenado indexada a resultados. Porque não avançar uma função em que metade do ordenado está indexado aos resultados obtidos? E aplicar este modelo a todo o sistema: universidade, departamentos e professores? É que parecendo que não, a concorrência e a sensação que temos mesmo de trabalhar, facilita a resolver estes problemas.”

Não tenho a certeza de que seja exactamente este o problema de algumas universidades. Parece-me, pelo contrário, que, nalguns casos, haverá “empreendedorismo” a mais. Ou seja, as universidades criaram “pólos”, “centros”, “unidades”, etc., cujos resultados revertem para esses mesmos pólos”, “centros”, “unidades”, etc., sendo que as universidades que os financiaram não vêem um tostão.

Basta dar uma olhadela pelos sites de algumas escolas superiores para perceber que há algo que não bate certo. Há por ali inúmeras parcerias “público-privadas”, em que os custos são suportados pelo Estado e os proveitos ficam retidos nos pólos”, “centros”, “unidades”, etc.. Em benefício de quem?

Bem, quando se vê que um professor catedrático não se insurge contra o facto de receber um vencimento inferior a um magistrado pintadinho de fresco (ou quase), entende-se que ele é “compensado” por outra via.

3 comentários :

Anónimo disse...

O Vital Moreira não vai gostar desta tua provocação...

Lembra-te da chatice que foi quando divulgaste a reforma de um (quase)cão como nós...

Anónimo disse...

Volta, Jack-the-ripper... Ajuda o Miguel a defender-se nestas agruras em que se mete...

Anónimo disse...

Bem pensado...faz sentido, pois, a vida custa a todos