quarta-feira, novembro 29, 2006

LER OS OUTROS

Paula Sá, no comunicar a direito [via Tomás Vasques]:

    “(...) os jornalistas calavam cobardemente - incluindo eu - os seus próprios benefícios no sistema de saúde. Usufruíam (ainda usufruem) de um regime de excepção - A Caixa de Providência dos Jornalistas - que lhe dava as melhores (senão a melhor) comparticipações.

    Utentes do Serviço Nacional de Saúde, os jornalistas podiam recorrer ao privado e eram ressarcidos das despesas, nalgumas situações na totalidade se, por exemplo, se tratasse de uma cirurgia. Um caso que fala por si: um cidadão normal que precise de óculos, recebe da Segurança Social 75 cêntimos pela armação e 20 cêntimos para cada lente; um jornalista pode comprar a dita armação e as respectivas lentes, sem plafond determinado (há armações que chegam a custar 5 mil euros), e recebe 80% da despesa...

    Calaram-se os jornalistas porque sempre pensaram que o Governo não teria coragem de mexer no privilégio da “classe” que o “fiscaliza”. Mas o Governo decidiu mesmo acabar com a dita Caixa já em Janeiro. Não creio que seja um gesto de coragem. A decisão foi baseada na ideia de que “aqueles fulanos e fulanas” (nós, os jornalistas) não vão ter coragem ou o desplante de defender o que aplaudem noutros sectores.

    Ideia errada. O Sindicato dos Jornalistas saiu em defesa do que classificou de “património” jornalístico e, num manifesto que já recolheu mil assinaturas (!?), justifica a manutenção da medicina convencionada e bem convencionada para os profissionais da comunicação social: “Jornadas intensas e prolongadas e informalidade de horários, com fortes impactos na saúde e na qualidade de vida destes profissionais, como demonstra a significativa prevalência de stress e de doenças do foro cardíaco, desgaste rápido e até morte precoce. Esta situação agravou-se nos últimos anos, com a crescente precariedade, um extraordinário aumento dos níveis de exigência, polivalência e de disponibilidade.”

    (…) Calámo-nos cobardemente até agora. Porque foi bom enquanto durou. Até para os que se batem pela igualdade. A partir de agora, no mínimo, ficava-lhes bem algum pudor.”

14 comentários :

Anónimo disse...

Um exemplo de integridade, imparcialidade e espinha dorsal.

Portas e Travessas.sa disse...

Pois.

Esta senhora, Paula Sá, é honesta, reconhece o obvio, reconhece, que há portugueses de 1ª e de 2ª, como no tempo da CP, quem não se lembra?

Mas o mais grave, é que infelizmente, há Portugueses de 3ª, a viver em barrancos como na idade media e estas alminhas, andam muito preocupadas em dar saúde , dar casa, dar escolaridade a emigrantes, vindos de Países ricos e desenvolvidos. A estes de 3ª, nem um medico, quanto muito esta a 100Km.

Tambem fiz referencia ao artigo da Paula Sá, no meu blog, pensava que era so eu que dizia asneiras, mas mas não, começaram a caír na realidade.

Tambem julgava, com o 25 de Abril, com a liberdade, com um governo eleito, com cidadania, os cidadãos, tivessem os mesmos direitos e os mesmos deveres, qual
que? bem pior que no tempo do Botas cardadas.

Este País enche-me de vergonha, como me dizia um casal frances ja idoso e não há muito tempo, que nos eramos do 3º mundo. Cristalino.

O Governo que votei e que voltaria a votar, prepara-se para mexer nos Deficientes.Acho mal, não é deficiente quem quer, não queira dar razão ao tal casal frances.

Obrigado Miguel pelo post. Não se trata de politica, trata-se de justiça, como tal, vem a proposito

Anónimo disse...

Deixe lá Paula, ainda há muita gente calada a fazer barulho...

Anónimo disse...

KAVAKO disse...
CLUNY = (UEC) união de estudantes comunistas

ESTAMOS EM A 4 DE MARÇO DE 1975

GREVE DOS ESTUDANTES EM LUTA

AGITAÇÃO DITA REVOLUCIONARIA PARALIZA O ENSINO, COM CENAS DE VIOLENCIA NAS ESCOLAS

DISTURBIOS OCORRIDOS A 5 DE MARÇO, QUE SE SALDOU COM CERCA DE 30 FERIDOS E ELEVADOS PREJUIZOS MATERIAIS.



Nunca ninguém foi responsabilizado ATÉ HOJE.

KAVAKO

Anónimo disse...

Jornalista integra e honesta que sobressai no conjunto de profissionais oportunistas e serventuários dos dinheiros dos contribuintes.
Louvo o governo pela frontalidade no fim desta e outras situações de privilegio que desfrutavam certas classes corporativas:
- magistrados
- juizes
- militares
- professores
- prof. Liberais
- bancos
- alberto jardim
- JORNALISTAS
- corruptos
- traficantes
- advogados
- os que fogem aos impostos e s. social
- ETÇ.
TODOS OS PORTUGUSES HONESTOS E CUMPRIDORES BEM COMO OS QUE NÃO BENEFICIAM DAS BENESSES E PRIVILEGIOS DO ESTADO, ESTÃO COM o governo , para por fim à MANJEDOURA GRATUITA E QUE PAGUEM AQUILO QUE “COMEM” À CUSTA DE TODOS.

Caminhamos para uma maior igualdade nos direitos, este é o caminho a percorrer.

Anónimo disse...

ALEX
Não terá esquecido o pequeno bando de há muito instalado,
no BdP?
Sim, Banco de Portugal.
Z

Anónimo disse...

Era bom que se soubesse que a senhora jornalista é, simultaneamente, jornalista com cargo de chefia em empresa com plano privado de saúde e professora na Universidade Lusófona. Com dois empregos e cerca de 2500 euros de rendimento líquido ... ninguém se queixaria!

Anónimo disse...

OK! já percebi!

Anónimo disse...

Eu diria que da lista do Alex sobram muito poucos portugueses, sobretudo por causa do último item da mesma. De qualquer modo é bom saber que caminhamos para o fundo, para o mínimo denominador comum, mas alegres e contentes. Graças a Deus que não preciso do Estado para nada.

Anónimo disse...

Vou esperar até Janeiro...

Anónimo disse...

Alex:
Não te chateies.
Nós somos todos teus amigos. Está bem?
Pronto. Sossega.
Já tomaste os comprimidinhos hoje?
Vá lá: um azulinho, um branquinho e, o melhor, um rosinha.
Vá, dorme bem.
Sossega.

Portas e Travessas.sa disse...

Ninguem pode, nem deve, impedir de um cidadão de gostar de trabalhar e retirar daí, pelo seu esforço, a devida compensação.

Quanto ao plano de saúde, trata-se de uma despesa suplementar, não é virgem, mormente para quem não tem os tais previlegios que outros ciddãos auferem, pago por aqueles, que não tem essas mordomias.

Portas e Travessas.sa disse...

Ninguem pode, nem deve, impedir de um cidadão de gostar de trabalhar e retirar daí, pelo seu esforço, a devida compensação.

Quanto ao plano de saúde, trata-se de uma despesa suplementar, não é virgem, mormente para quem não tem os tais previlegios que outros ciddãos auferem, pago por aqueles, que não tem essas mordomias.

Anónimo disse...

Aparvalhado:
Não sabia que para além de aparvalhado eras deficiente.
Agora compreendo-te.
Desculpa.