Todos os portugueses ficaram esperançados quando souberam que António Champalimaud, que não tinha propriamente a fama de filantropo em vivo, se decidiu a beneficiar o seu país e a causa da saúde com uma disposição testamentária que permitiu criar uma fundação. A dirigi-la ficou Leonor Beleza, uma antiga ministra da saúde, o que parecia garantir o sucesso da empresa. Tudo se conjugava para que fossem criados postos de trabalho, riqueza e massa crítica em Portugal.
Também sucedeu isso com a Fundação Gulbenkian e Calouste Gulbenkian era arménio, não era português. Conseguiu-se, então, que a sede da Fundação, o Museu e o Centro da Arte Moderna ficassem em Lisboa.
É com grande surpresa que se verifica que a Fundação Champalimaud decidiu criar um importante centro de investigação na longínqua Índia. Presumo que os funcionários e investigadores serão, na sua maioria, indianos, e que o beneficio de Portugal será muito mais diminuto do que se esse centro de investigação em oftalmologia se situasse no seu território.
A tradição da Índia neste campo parece desculpa de mau pagador. Por uma questão de tradição, nunca o Museu Gulbenkian deveria ter sido instalado em Lisboa, uma das capitais culturalmente mais atrasadas da Europa à época. Assim não entendeu Leonor Beleza, que acabou de descobrir o caminho marítimo para a Índia.
4 comentários :
Sempre é melhor que a fundação do filantro po Mário Soares.
Tal como a do filantropo Joe Berardo.
Esses tiram os benefícios dos subsídios do Estado, da fuga aos impostos e por aí adiante.
Não tenho conhecimento de que qualquer dessas fundações tenham contribuído em muito para criar riqueza ou postos de trabalho.
O Mário Soares até teve a vantagem prática de, como já não tinha espaço em casa para arrumar os livros, arrumou-os na fundação.
Eu ainda não beneficiei da vantagem de os poder consultar.
Mas eu claro, não faço parte da intelectualidade do burgo...
Como é ? na india? porque não em africa? com esta mulher esta "fundação" vai ao fundo....
A verdade é que Gulbenkian veio para Portugal, so por um motivo, era o unico País da europa que lhe garantia segurança, a ele e aos seus bens.
Ó Miguel, hoje, o País não oferece segurança a ninguem, essa é uma razões que eu não saio de casa, assim que começa a escurecer.
De certeza, a Gulbenkian não vinha para cá nestes tempos.
Champalimaud tem pouco a ver com Portugal e os portugueses. Foi aqui roubado dos seus bens, foi maltratado e apodado de fascista. Querias o quê?
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