quinta-feira, maio 17, 2007

O passado sempre presente – o caso dos “assessores”





Marques Mendes tem a fama — e, convenhamos, o proveito — de querer resolver os problemas da sua clientela à custa do Estado. Foi ele a formiguinha que infestou a administração pública de laranjinhas no último governo de Cavaco, preparando o terreno para Fernando Nogueira. O Dr. Mendes trabalha assim e não há volta a dar-lhe.

Com o progressivo afastamento do aparelho do Estado, as coisas complicaram-se para o Dr. Mendes. A Câmara de Lisboa e as dos arrabaldes (como Sintra, Cascais e Mafra) estão a deitar laranjinhas por fora. As dezenas de assessores por vereador em Lisboa são uma pequena amostra do forrobodó que por aí vai.

A queda da Câmara de Lisboa veio demonstrar que o Dr. Mendes não muda. Veja-se que para a comissão administrativa que vai gerir o município até às eleições não foi capaz de cortar com o passado, indigitando precisamente três vereadores com responsabilidades no estado em que se encontra Lisboa.

Mas a questão é que o próprio candidato Negrão já vacila perante as regras que vigoram na São Caetano à Lapa. Quando se esperaria que, relativamente aos “assessores” que pululam pelos gabinetes do executivo camarário, dissesse simplesmente que se comprometia a cumprir a lei, nomeando apenas os adjuntos a que a vereação tem direito, eis que o candidato Negrão deixa a porta entreaberta ao temido aparelho laranja: “uma redução drástica do número de assessores, fixando regras muito exigentes nesta matéria”. Essas regras vão ser, por acaso, mais exigentes do que o que está plasmado na lei? Ninguém lho perguntou.

8 comentários :

Anónimo disse...

Espavorido, Marques Mendes fez, há dias, uma alarmada declaração ao País: “O PS está à direita do PSD!” A coisa só pode ser grave e surpreendente para o próprio Marques Mendes, político gentil e, aparentemente, alheado da recente História pátria. O PS sempre alimentou a nossa inocência, comovendo-nos com a incessante litania da esperança. Quando os seus militantes atroavam as ruas, gritando a idílica frase “Partido Socialista, partido marxista!”, ignoravam, com idêntico ardor, o exacto significado do que diziam.

Nada disto tem importância. Nunca ninguém se preocupou com os ideais, as doutrinas, os projectos do PS para Portugal. Acaso o PS não tinha nenhum. E, pelos vistos, não o tem. Aquela extasiada história do “partido marxista” foi logo removida do ABC, quando Willy Brandt recomendou a sua rápida submersão. Ávidos de “modernidade”, os dirigentes do PS estabeleceram o preceito de que a melhor teoria é não ter teoria alguma.
Ilustra a história um encantador episódio entre Mário Soares e Piteira Santos. Aquele teria perguntado a este: “Porque é que você não se inscreve no Partido Socialista?” E Piteira: “Porque sou socialista!” Na realidade o PS nunca praticou, nem involuntariamente, o socialismo, justificando-se com o “pragmatismo” ou apoiando-se num enigmático “contexto histórico”, de que servia de escora a “guerra fria”. Os factos induzem-nos a duvidar se alguma vez houve “socialismo”, por módico que fosse, em qualquer parte do planeta.

Não foi Sócrates que deu cabo do PS. Foi o PS que deu cabo da ideia que, erradamente, se fazia do PS. Sócrates regressou à “pureza inicial” do partido, como foi enternecedoramente sublinhado no jantar comemorativo da fundação. Mas Sócrates deu, também, cabo do PSD de Mendes; ou, pelo menos, ensarilhou o PSD e entalou Mendes. Este, averiguadamente desconcertado, diz o que não devia dizer e toma atitudes tão ignaras quanto absurdas. O incidente Carmona é outra parcela a juntar à soma de disparates. Ante esta rude gesta, Luís Filipe Menezes, sibilino e doce, por vezes na cintilação de leve sarcasmo, vai tecendo os fios que enredam Mendes numa trama cada vez mais inextricável.

Entretanto, a designação de António Costa para Lisboa ergue a suspeita de que Sócrates quis remover um émulo poderoso. Manigância com antecedentes: lembremo-nos das ciladas a Mário Soares e a Manuel Alegre. Maquiavel advertiu que, em política, não há moral. Sócrates não leu: mas aprendeu de ouvido.

Os limites e as confusões deste aviltamento convidam-nos a concluir que, com cavalheiros de tal porte, tudo se resume a ganhar ou a perder.

Portugal passa ao lado.

Baptista Bastos
© JTM/Diário de Notícias

Anónimo disse...

O batista bastos, quem é? por acaso esse sr. é uma alma iluminada vinda do leste cuja argumentação é mais verdadeira do que a minha? Não me parece. é o mal dos portugueses, vão sempre a trás dos ideias dos comentadores como eles fossem videntes e o resto do povo una anedotas. Tenham tino meus caros e pensem pelas vossas cabeças e deixem os iluminados a falar sosinhos. é o que merecem.

Anónimo disse...

psd/pp é o partido dos acessores, do compadrio e da corrupção. de que estão á espera com o negrão, o vicio é tanto que não muda de linha.

Anónimo disse...

O candidato do PSD à câmara de Lisboa, Fernando Negrão, admitiu ontem que foi constituído arguido num processo, há seis anos, quando era director-nacional da Polícia Judiciária, mas afirma que o líder do partido, Luís Marques Mendes, não considera esse facto impeditivo da sua candidatura.
E o Carmona? e o Valentim? e o Isaltino? E a de Leiria? e a.... são vários. Quais os criterios que o sr. Mendes utiliza? Dá que pensar.

Anónimo disse...

Antonio Costa é o presidente de camara de lisboa que a cidade merece. O resto é blá, blá,blá.

Anónimo disse...

Marques Mendes é a coisa mais patética que já apareceu na liderança de partidos. A apoteose do seu estilo ultrapassado de fazer política é agora. É mais um que aposta no populismo como forma de fazer oposição... Portugal é maior do que essa cambada de energúmenos do PSD, durão, santana, mendes, borges, etc. tudo ultrapassado, velho, populista, interesseiro e falso. Mendes então, é salazarento.

VAMOS A ELES, LÍDER!!! SÓCRATES PARA PM E PARA PRESIDENTE!!


Edie Falco

Anónimo disse...

ATENÇÃO, NÃO SOU CEGO. PONTO NEGATIVO PARA ANTÓNIO COSTA NA ESCOLHA DO Nº2. AQUELE GAJO É O CABRÃOZINHO QUE TENTOU CHULAR O MARIDO DE BÁRBARA.

MAFIOSO DE PRIMEIRA.

Anónimo disse...

"deixem os iluminados falar sosinhos".
E escrever também.