“Os que são empresários a sério, os que são homenzinhos, deram a cara. Os que não são homenzinhos, não deram a cara … são medricas!”
Conselheiro de Estado Marcelo, na homilia de ontem
7 comentários
:
Anónimo
disse...
Abrantes, temos um conselheiro á medida de sua Excelencia, raramente tem duvidas, o homem do oásis e do poletão da frente, esta bem acompanhado pelo Marcelino Pão e Queijo, ganda treinador de bancada..enfim
Só mais seis meses para então, finalmente, se… “chutar à baliza”? (ou as consequências inevitáveis de uma decisão importante)
11 de Junho de 2007 (DIA DE PORTUGAL + 1): Céu muito nublado…
O Governo dá seis meses a um organismo especializado competente (o L. N. E. C. – Laborat. Nacion. de Eng.ª Civil) para estudar a viabilidade técnica de uma “nova” hipótese de localização do futuro Aeroporto de Lisboa. Sim, depois de já ter sido tomada uma decisão “final” sobre este assunto, há oito anos (nunca contestada pelos Governos posteriores)!
Esta “nova” hipótese de localização, porém, não é verdadeiramente nova: já existia aquando da realização de todos os estudos precedentes (é um campo de tiro militar) e nenhum facto novo veio entretanto introduzir qualquer necessidade de reapreciação. Porquê então estudá-la agora (ou, eventualmente, voltar a estudá-la?...)?
Porque a actual Oposição parlamentar, os meios de comunicação social (a opinião dita pública), uma corporação industrial e um elevado número de “especialistas técnicos” pressionaram o Presidente da República para interferir neste assunto, que é da exclusiva competência do Governo. E ele, mansamente, cedeu às pressões!
Confundindo grosseiramente as noções de admissibilidade técnica e consenso técnico – a primeira garante o cumprimento de todas as normas técnicas e regulamentos legais, a segunda exige que todos os técnicos tenham a mesma opinião sobre o assunto (o que, como se sabe, é uma quimera em toda e qualquer actividade humana!…), estes ruidosos “actores” da nossa cena política forçaram o Governo a um compasso de espera que não estava nos seus planos, nem tampouco é politicamente justificável (a menos de desconhecidas e muito preocupantes inseguranças governamentais, relativamente à fiabilidade do dossiê “Ota” que herdaram dos quatro ou cinco Governos antecedentes…)!
Mas, antes do mais, VAMOS AO QUE IMPORTA. Após esta forçada decisão, o que poderá acontecer a seguir? Vejamos.
Se daqui por seis meses (se o prazo for cumprido) não for demonstrada pelo L. N. E. C. a viabilidade técnica da hipótese Alcochete, o Governo tem ainda várias opções possíveis:
1ª) avançar finalmente com a construção do Aeroporto da Ota (desperdiçando-se embora mais seis meses, pelo menos…);
2ª) mandar estudar a viabilidade técnica (num prazo de seis ou mais meses, ao L. N. E. C. ou a outra entidade reconhecidamente idónea) de “novas” localizações que entretanto “surjam” (quem sabe até se alguma nova ilhota no Mar da Palha, de preferência plana, formada por uma súbita erupção vulcânica…);
3ª) re-avaliar de novo todo este processo, mediante a consideração de terceiras alternativas ainda reclamadas pela “sociedade civil”, tais como a “Portela mais um” (e, porque não, “Portela mais dois”, ou “Portela mais três”, ou mesmo “Portela mais n”), ou que, entretanto, sejam eventualmente alvitradas de novo pela Confederação da Indústria, ou pela Confederação dos Comerciantes, ou pela Confederação da Agricultura, ou pela Ordem dos Engenheiros, ou pela Ordem dos Arquitectos (e das Arquitectas), ou pela Ordem dos Biólogos, ou dos Médicos, ou dos Veterinários, ou pela U. G. T., ou pela “Intersindical” (ou até, quem sabe, pelo próprio Presidente da República!)…
Por outro lado, veja-se agora o que poderá acontecer no caso (muito provável) de, daqui por uns seis meses, vir a ser demonstrada pelo L. N. E. C. a viabilidade técnica da hipótese Alcochete, dando ao Governo ainda mais opções (todas elas exigindo mais e mais tempo), para além das já enunciadas, nomeadamente:
1ª) Mandar efectuar um estudo técnico comparativo entre as duas soluções então declaradas viáveis, Ota e Alcochete (somar mais seis a doze meses?);
2ª) Mandar efectuar um Estudo de Impacte Ambiental para a solução Alcochete, que avalie a dimensão dos problemas que se antevê venham a existir com a Comissão Europeia (no caso de esta solução violar, como se prevê, normas comunitárias sobre a matéria), propondo igualmente as indispensáveis medidas de minimização dos impactes ambientais (adicionar mais um a dois anos?);
3ª) Estudar modelos alternativos de financiamento para o novo Aeroporto em Alcochete, que permitam ultrapassar uma eventual perda dos importantíssimos fundos comunitários, destinados à construção do mesmo, pelo motivo indicado no número anterior (acrescentar mais uns cinco a dez anos?)!
O Povo enfim sossegará, os industriais (e restantes corporações) dormirão descansados, o Presidente da República ficará tranquilo, a oposição triunfante, os jornalistas e demais comentadores políticos exultantes, os técnicos mais “atarefados”…
Mas alguém ainda acredita que, por este andar, um dia gritaremos “GOLO!”?...
(este artigo é “dedicado”, entre outras sábias personalidades, a Miguel Sousa Tavares, ao Prof. Eng.º José Manuel Viegas, ao Eng.º Luís Leite Pinto e ao ex-Presid. da C. M. de Lisboa e ex-Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, incluindo Aeroportos e afins, Eng.º Carmona Rodrigues)
Já tudo foi dito sobre Marcelo Rebelo de Sousa, peça, aliás, que não se aconselha a ninguém.
No entanto, quase não vejo uma alminha a insurgir-se com o ritual das notas que dá e espanta-me que os próprios jornalistas pactuem com este tipo de cena, fomentando-a até.
Mas será ninguém nota o ridículo da situação?
Quem é Marcelo Rebelo de Sousa fora da Faculdade de Direito de Lisboa, para a avaliar o PR, o PM, Marques Mendes, este ou aquele ministro, etc, etc?
7 comentários :
Abrantes, temos um conselheiro á medida de sua Excelencia, raramente tem duvidas, o homem do oásis e do poletão da frente, esta bem acompanhado pelo Marcelino Pão e Queijo, ganda treinador de bancada..enfim
Ze Bone
ó abrantes,vai fazer um broche ao sócrates...
AGORA É EM ALCOCHETE!
Só mais seis meses para então, finalmente, se… “chutar à baliza”?
(ou as consequências inevitáveis de uma decisão importante)
11 de Junho de 2007 (DIA DE PORTUGAL + 1): Céu muito nublado…
O Governo dá seis meses a um organismo especializado competente (o L. N. E. C. – Laborat. Nacion. de Eng.ª Civil) para estudar a viabilidade técnica de uma “nova” hipótese de localização do futuro Aeroporto de Lisboa. Sim, depois de já ter sido tomada uma decisão “final” sobre este assunto, há oito anos (nunca contestada pelos Governos posteriores)!
Esta “nova” hipótese de localização, porém, não é verdadeiramente nova: já existia aquando da realização de todos os estudos precedentes (é um campo de tiro militar) e nenhum facto novo veio entretanto introduzir qualquer necessidade de reapreciação. Porquê então estudá-la agora (ou, eventualmente, voltar a estudá-la?...)?
Porque a actual Oposição parlamentar, os meios de comunicação social (a opinião dita pública), uma corporação industrial e um elevado número de “especialistas técnicos” pressionaram o Presidente da República para interferir neste assunto, que é da exclusiva competência do Governo. E ele, mansamente, cedeu às pressões!
Confundindo grosseiramente as noções de admissibilidade técnica e consenso técnico – a primeira garante o cumprimento de todas as normas técnicas e regulamentos legais, a segunda exige que todos os técnicos tenham a mesma opinião sobre o assunto (o que, como se sabe, é uma quimera em toda e qualquer actividade humana!…), estes ruidosos “actores” da nossa cena política forçaram o Governo a um compasso de espera que não estava nos seus planos, nem tampouco é politicamente justificável (a menos de desconhecidas e muito preocupantes inseguranças governamentais, relativamente à fiabilidade do dossiê “Ota” que herdaram dos quatro ou cinco Governos antecedentes…)!
Mas, antes do mais, VAMOS AO QUE IMPORTA. Após esta forçada decisão, o que poderá acontecer a seguir? Vejamos.
Se daqui por seis meses (se o prazo for cumprido) não for demonstrada pelo L. N. E. C. a viabilidade técnica da hipótese Alcochete, o Governo tem ainda várias opções possíveis:
1ª) avançar finalmente com a construção do Aeroporto da Ota (desperdiçando-se embora mais seis meses, pelo menos…);
2ª) mandar estudar a viabilidade técnica (num prazo de seis ou mais meses, ao L. N. E. C. ou a outra entidade reconhecidamente idónea) de “novas” localizações que entretanto “surjam” (quem sabe até se alguma nova ilhota no Mar da Palha, de preferência plana, formada por uma súbita erupção vulcânica…);
3ª) re-avaliar de novo todo este processo, mediante a consideração de terceiras alternativas ainda reclamadas pela “sociedade civil”, tais como a “Portela mais um” (e, porque não, “Portela mais dois”, ou “Portela mais três”, ou mesmo “Portela mais n”), ou que, entretanto, sejam eventualmente alvitradas de novo pela Confederação da Indústria, ou pela Confederação dos Comerciantes, ou pela Confederação da Agricultura, ou pela Ordem dos Engenheiros, ou pela Ordem dos Arquitectos (e das Arquitectas), ou pela Ordem dos Biólogos, ou dos Médicos, ou dos Veterinários, ou pela U. G. T., ou pela “Intersindical” (ou até, quem sabe, pelo próprio Presidente da República!)…
Por outro lado, veja-se agora o que poderá acontecer no caso (muito provável) de, daqui por uns seis meses, vir a ser demonstrada pelo L. N. E. C. a viabilidade técnica da hipótese Alcochete, dando ao Governo ainda mais opções (todas elas exigindo mais e mais tempo), para além das já enunciadas, nomeadamente:
1ª) Mandar efectuar um estudo técnico comparativo entre as duas soluções então declaradas viáveis, Ota e Alcochete (somar mais seis a doze meses?);
2ª) Mandar efectuar um Estudo de Impacte Ambiental para a solução Alcochete, que avalie a dimensão dos problemas que se antevê venham a existir com a Comissão Europeia (no caso de esta solução violar, como se prevê, normas comunitárias sobre a matéria), propondo igualmente as indispensáveis medidas de minimização dos impactes ambientais (adicionar mais um a dois anos?);
3ª) Estudar modelos alternativos de financiamento para o novo Aeroporto em Alcochete, que permitam ultrapassar uma eventual perda dos importantíssimos fundos comunitários, destinados à construção do mesmo, pelo motivo indicado no número anterior (acrescentar mais uns cinco a dez anos?)!
O Povo enfim sossegará, os industriais (e restantes corporações) dormirão descansados, o Presidente da República ficará tranquilo, a oposição triunfante, os jornalistas e demais comentadores políticos exultantes, os técnicos mais “atarefados”…
Mas alguém ainda acredita que, por este andar, um dia gritaremos “GOLO!”?...
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(este artigo é “dedicado”, entre outras sábias personalidades, a Miguel Sousa Tavares, ao Prof. Eng.º José Manuel Viegas, ao Eng.º Luís Leite Pinto e ao ex-Presid. da C. M. de Lisboa e ex-Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, incluindo Aeroportos e afins, Eng.º Carmona Rodrigues)
Ant.º das Neves Castanho.
Marcelo, quem é? Acho que não vale perder tempo com loucos. Há locais proprios para tratar esses doentes.
Já tudo foi dito sobre Marcelo Rebelo de Sousa, peça, aliás, que não se aconselha a ninguém.
No entanto, quase não vejo uma alminha a insurgir-se com o ritual das notas que dá e espanta-me que os próprios jornalistas pactuem com este tipo de cena, fomentando-a até.
Mas será ninguém nota o ridículo da situação?
Quem é Marcelo Rebelo de Sousa fora da Faculdade de Direito de Lisboa, para a avaliar o PR, o PM, Marques Mendes, este ou aquele ministro, etc, etc?
Marcelo quer destronar os Gato Fedorento!
Ler acompanhado dos gestos.
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