quarta-feira, agosto 22, 2007

Mendes, o moralista





Quando lhe perguntaram o que achava do financiamento ilegal do seu partido, Marques Mendes deu uma resposta de grande nível: não sei de nada e não tenho a culpa. Mendes omite que era um dirigente responsável do PSD e ministro do Governo de Durão Barroso quando o tal financiamento ilegal foi feito.

Mas, para além do financiamento ilegal, há um pormenor que o advogado avençado de Pacheco Pereira poderia esclarecer. É que o financiamento foi feito através de falsificação de facturas. Onde estava escrito o nome “PSD” como entidade pagadora, houve uma rasura e foi escrito o nome da construtora que, à socapa, contribuiu com uma elevada verba para o PSD.

Com um raro sentido de oportunidade, Mendes foi celebrar este feito, defendendo o apoio às PME — como a construtora Somague, presume-se. Há que prever o pagamento das contas de futuras campanhas… Ou será que isso inclui já as campanhas internas contra o companheiro Menezes?

Em defesa da moralidade, Mendes tomou outra atitude notável. Defendeu já incondicionalmente o presidente da Câmara Municipal do Funchal, que é acusado de umas ilegalidades lá na Madeira. Mas, na Madeira, vale aparentemente tudo. Aí, tal como disse o presidente da República, só os tribunais podem decidir.

7 comentários :

Quintanilha disse...

Mas, que importância tem isso? Interessante, interessante são as emendas no perfil de José Sócrates, na Wikipédia, onde cada um pode escrever o que lhe dá na real gana (I)! Até lá puseram a data da morte do homem e o estado civil do pai! Se escreverem lá filho-da-puta ou outros impropérios, segundo a opinião da maioria dos blogers (I, II), jornalistas e comentadores da nossa praça, apagar é crime!

Anónimo disse...

Mas que é isso do "advogado avençado"? Para que são esses insultos. Eu se fosse ele processava-o por calúnia e obrigava-o a justificar o que disse nesta página de miserável propaganda do PS. Tomara o PS ter gente que como ele denunciou sempre estes males.

Anónimo disse...

Pois é...

É sempre mais fácil detectar a nódoa na gravata do vizinho...

Se tivessem questionado o MMendes sobre as trapalhadas dos aparelhos de fax de Macau, as melâncias salvas "in extremis" de serem deglutidas, as pressões da mana gorda para pouparem as melâncias, os "patos" que pagaram o pato e até nem gostavam de pato, as malas cheias de notas do Monopólio, com certeza que ele estaria disponível para comentar...

Também muitas chatices se poderiam ter evitado se os aparelhos de fax de Macau, em vez de imprimirem melâncias tivessem imprimido laranjas...

Ou, por exemplo, se em vez de notas do Monopólio se tratasse de notas do BP...

Enfim, amadorismos...

É claro que situações destas jamais sucederiam com o PS: as diversas fundações satélites servem para isso mesmo. Não há nada que bata o profissionalismo PS, adquirido ao longo de muitos anos de aprendizagem e prática, ou será, Miguel Abrantes, que sou só mal-intencionado ?

Anónimo disse...

Miguel,

Esse tal, dito da Oposição rebaixada, não mereceria outro comentário que não fora um espaço em branco, na suposição de algo que poderia ter sido e que nunca foi. Nem no presente, nem num Futuro hipotético. Mas agora, enquanto o BE anda por aí a fingir de ceifeiros, e um PCP na paragem da História, entretidos que estão no vampirismo político, e na falta de algo melhor no cenário, o tal das avenças saltita uma vez, rebola outras tantas, e depois da Madeira, vai lá para Pombal onde aquilo tem muito que se lhe diga, e pode até ser a imagem perfeita, versus paspalhice, da autarquia abafada, e cheia de mazelas, que sendo menores, nem chamam a atenção de ninguém. No vazio, qualquer coisa se nota, seja lá o que for. Isto nada tem a ver com uma " imagem " de um PSD que mal que bem, foi alternância de Poder. Isto é de uma patetice tremenda, e dum obscurantismo doentio. Há quem lhe chame sem-vergonha, mas o termo já está em rebaixa há muito. Entramos nos " sem-sentidos", na dinâmica clubista e irracional, o que, diga-se, não convém alimentar. Finjamos que o tal das avenças, desceu agora as escadinhas do avião, e novinho em folha diz algo que nunca tivemos que ler. É um faz-de-conta mais, um entre tantos, e poupar-se-á o incómodo de vomitar os restos da bílis, neste estremecido panorama do Vazio Partidário.
Bruder

Anónimo disse...

Double standards"
Este post de J. Pacheco Pereira é curioso a vários títulos.
Primeiro, JPP acha que quando eu me referi aos "comentadores da área do PSD" só podia estar a pensar nele, como se ele fosse o único comentador dessa área que dedicou os últimos dias a tentar transformar um caso-de-polícia-e-tribunal, como foi a destruição de um milharal no Algarve por um grupo eco-radical, num caso de grave ofensa à democracia e de intolerável incúria governamental! É evidente, porém, que JPP não está sozinho nessa tarefa, antes pelo contrário, como pode testemunhar quem lê os jornais e a blogoesfera.
Depois, sem se pronunciar sobre o caso do financiamento ilícito do PSD pela Somague apurado pelo Tribunal Constitucional, JPP acha que a denúncia pública desse facto nesta altura faz parte de uma táctica costumeira do PS, de atacar o PSD e Marques Mendes quando o PS está em dificuldades. Ora, há duas coisas seguras a este respeito: primeiro, não se vê que papel é que o PS ou o Governo tiveram no apuramento do financiamento ilícito pelo Tribunal Constitucional (a não ser que este seja mais um instrumento da teoria "claustrofobia democrática" que um deputado do PSD elaborou...); segundo, não consta que o PS ou o Governo estejam a passar por especiais dificuldades neste momento (pelo contrário, face aos recentes dados do desempenho financeiro e económico...).
Não será exactamente o contrário o que se está a passar, ou seja, Marques Mendes estar a empolar artificialmente este caso do Algarve tanto para abafar o impacto da notícia do financiamento ilícito como para marcar pontos na disputa interna que neste momento se trava no PSD?
Terceiro, é evidente que o financiamento ilícito não é um exclusivo do PSD e merece vigilância permanente e condenação sem discriminações. Mas isso não autoriza desvalorizar um caso concreto, de notória gravidade (pelo montante envolvido e pela entidade financiadora), ainda por cima devidamente apurado por uma autoridade judicial e portanto insusceptível de tergiversações e negações, como sempre sucede nestes casos.
[Publicado por vital moreira] 22.8.07

Anónimo disse...

Não há financiamentos grátis.

Partindo do princípio de que as empresas de construção civil não financiam partidos para nada, não seria interessante investigar que contratos é que a Somague obteve nos governos de Durão Barroso e Santana Lopes?
[Publicado por vital moreira] 22.8.07

Anónimo disse...

By the way,

Já esqueceram o "problemazinho" dos financiamentos brasileiros ao PS em 2005 ?...

Gostava de ver o Vitinho, e não só, perorar sobre este tema...

E já que estamos com a mão na massa, que um "esclarecimentozinho" relativo ao "saco azul" de Felgueiras ?...

Há coisas fantásticas, não há ?...